Bathos e humor no “Auto da Lusitânia”, de Gil Vicente

Autores

  • Paulo Roberto Sodré Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

DOI:

https://doi.org/10.22409/abriluff.v16i33.62763

Palavras-chave:

Teatro quinhentista português, Gil Vicente, “Auto da Lusitânia”, Humor vicentino

Resumo

Diversas leituras têm sido realizadas a respeito do “Auto da Lusitânia”, de Gil Vicente, ficando pouco explorada a linguagem humorística da peça compósita de 1532. Neste estudo, pretende-se observar como o bathos, a súbita mudança do registro sublime para o baixo, e explorado humoristicamente pelo dramaturgo. Baseiam a discussão as reflexões de Orlando Amorim (2013), Jose Augusto Cardoso Bernardes (2019) e Noémio Ramos (2022), sobre aquele auto, e as de Luiz Carlos Travaglia (2015) e Terry Eagleton (2020), acerca do humor batético. Nota-se que tanto a justaposição de personagens e gêneros dramáticos como seus discursos próprios, oscilando entre o registro alto e o baixo, garantem o efeito humorístico desse texto teatral.

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Biografia do Autor

Paulo Roberto Sodré, Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

Professor titular aposentado de Literatura Portuguesa do Departamento de Línguas e Letras do Centro de Ciências Humanas e Naturais da Universidade Federal do Espirito Santo (UFES). Autor de O riso no jogo e o jogo do riso na sátira galego-portuguesa (EDUFES, 2014).

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Publicado

2024-12-15

Como Citar

Sodré, P. R. (2024). Bathos e humor no “Auto da Lusitânia”, de Gil Vicente. Abril – NEPA / UFF, 16(33), 31-46. https://doi.org/10.22409/abriluff.v16i33.62763