“Eu, que vou morrer, quis dizer isto”: arquivos de uma cartografia urbana em Ubi sunt de Manuel de Freitas e nos murais de Mariana Duarte Santos
DOI:
https://doi.org/10.22409/abriluff.v17i34.65511Palavras-chave:
Manuel de Freitas, Ubi sunt, Mariana Duarte Santos, Arquivo, cidadeResumo
Este artigo propõe uma leitura da obra Ubi sunt (2019), do poeta Manuel de Freitas, posto em diálogo com os murais pintados no bairro Dois de Maio, em Lisboa, pela artista visual portuguesa Mariana Duarte Santos. A questão central que conduz a leitura é a relação dos arquivos individuais e coletivos e a produção da arte na e sobre a cidade. As múltiplas redes de significações que são criadas na contemporaneidade a partir de seus restos estabelece uma ética que perpassa as relações tecidas no espaço urbano. As complexas relações e interações entre o material e o imaterial da cidade constituem uma intricada rede que afeta aqueles que habitam e transitam seus espaços, transformando-o e sendo transformado por ela em um jogo em que visibilidade e invisibilidade ganham forma. Discutem-se os sentidos e a complexidade dos sujeitos e dos espaços que articulam diferentes tempos, bem como o caráter fragmentário do urbano e sua relação com a produção da arte. Contribuem para a leitura reflexões de Jacques Derrida, Walter Benjamin, Michel Foucault, Celia Pedrosa et al, que de diversos modos estudam a relação entre arquivo e memória, fundamentais para a as análises aqui propostas.
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