Do texto à lei: a presença das literaturas africanas na sala de aula brasileira
DOI:
https://doi.org/10.22409/5zr6qh60Palavras-chave:
Literaturas africanas, Educação decolonial, Currículo, Direitos humanos, Ensino de Língua PortuguesaResumo
As literaturas africanas, embora reconhecidas legalmente como parte do currículo escolar brasileiro pela Lei 10.639/2003, ainda enfrentam desafios em sua efetiva inserção nos processos formativos. Este artigo analisa dados de uma pesquisa de doutorado sobre práticas pedagógicas de professores e professoras da educação básica que articulam o ensino de Língua Portuguesa e Literaturas a perspectivas decoloniais. O trabalho evidencia que o ensino de literaturas africanas constitui um gesto político de resistência e reinvenção curricular, que ultrapassa o cumprimento da exigência legal e promove deslocamentos epistemológicos, subjetivos e identitários. As experiências analisadas mostram que a literatura africana, ao ser incorpo-rada no currículo, contribui para a ampliação de repertórios simbólicos, a valorização de memórias historicamente silenciadas e a promoção de uma educação antirracista.
Downloads
Referências
BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre litera-tura e história da cultura. 8. ed. São Paulo: Brasiliense, 2012.
BUTLER, Judith. Relatar a si mesmo: crítica da violência ética. Belo Ho-rizonte: Autêntica, 2015.
CANDIDO, António. Direitos humanos e literatura. In: . Vários escritos. 7. ed. São Paulo: Duas Cidades, 2004. p. 175-190.
EVARISTO, Conceição. Escrevivências: escrevendo a vida. In: DUARTE, Constância Lima; HOLLANDA, Heloisa Buarque de (org.). Escrevivência e literatura afro-brasileira. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2017. p. 45-57.
FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: EDUFBA, 2008.
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 21. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
GOMES, Nilma Lino. Educação, identidade negra e formação de professores: percursos e perspectivas na Lei 10.639/03. In: . Diversidade e educação: reflexões e práticas. Belo Horizonte: Autêntica, 2005. p. 89-105.
HOOKS, bell. Ensinando a transgredir: a educação como prática da li-berdade. São Paulo: Martins Fontes, 2013.
KILOMBA, Grada. Memórias da plantação: episódios de racismo coti-diano. 2. ed. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.
MIGNOLO, Walter. Delinking: The rhetoric of modernity, the logic of coloniality and the grammar of de-coloniality. Cultural Studies, v. 21, n. 2-3, p. 449-514, 2007.
MIGNOLO, Walter. Epistemologias do Sul e a opção decolonial: um ma-nifesto. In: SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula (org.). Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010. p. 73-117.
NASCIMENTO, Abdias do. O genocídio do negro brasileiro: processo de um racismo mascarado. 3. ed. São Paulo: Perspectiva, 1978.
PETIT, Michèle. Os jovens e a leitura: uma nova perspectiva. São Paulo: Global, 2009.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, Edgardo (org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais: perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: CLACSO, 2005. p. 117-142.
RUSSELL, Eduardo Silva. O ensino de Língua e Literaturas em perspec-tivas decoloniais? O que dizem os professores e as professoras. 2023. Tese (Doutorado em Educação) – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2023. https://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.62352
RUSSELL, Eduardo Silva. O primeiro contato com os estudos decoloniais: o que dizem os professores e professoras? Revista Debates Insubmissos. Caruaru, v. 6, n. 22, p. 94-113, 2024. https://doi.org/10.32359/debin2023. v6.n22.p94-113
SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 1996.
WALSH, Catherine. Educação contra a colonialidade: pedagogias decolo-niais. In: CASTRO-GÓMEZ, Santiago; GROSFOGUEL, Ramón (org.). El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores, 2007. p. 222-252.
WALSH, Catherine. Interculturalidad y colonialidad del poder: un pensa-miento y posicionamiento “otro” desde la diferencia colonial. In: WALSH, Catherine; SCHIAVONI, Giuliana; WRIGHT, Pamela. Pensamiento crítico y matriz (de)colonial. Quito: Ediciones Abya-Yala, 2009. p. 17-39.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Abril – NEPA / UFF

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autorizo a Revista Aabril - NEPA/UFF a publicar o artigo que ora submeto, de minha autoria/responsabilidade, caso seja aceito para publicação online. Declaro, ainda, que esta contribuição é original, que não está sendo submetida a outro editor para publicação, e assino a presente declaração como expressão da verdade.
Os trabalhos publicados no espaço virtual da Revista Abril serão automaticamente cedidos, ficando os seus direitos autorais reservados à Revista Abril. Sua reprodução, total ou parcial, é condicionada à citação dos autores e dos dados da publicação.

A Revista Abril utiliza uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional (CC BY-NC 4.0).






