(R) Evolução na prosa de António Lobo Antunes - tanatografia e a poética do caos
DOI:
https://doi.org/10.22409/abriluff.v17i34.65138Palavras-chave:
Memória, Narrativa contemporânea, Literatura portuguesa, TanatografiaResumo
O presente artigo pretende relacionar os conceitos de tanatografia de Biagio D’Angelo, passando pelos conceitos de personagem abordados por Bakhtin, a narrativas do escritor português contemporâneo António Lobo Antunes. Os quatro romances analisados neste artigo, Auto dos danados (1985), O esplendor de Portugal (1997), Exortação aos crocodilos (1999) e A última porta antes da noite (2018), apresentam enredos bastante simples e circulares, porém é durante o processo de construção do discurso memorialístico, o qual é o leitmotiv das narrativas, que os narradores se inserem em labirintos temporais irredutíveis. O lembrar é fato causador de embates existenciais traumáticos, tais como a relação conflituosa entre o que os protagonistas veem no presente e o que lembram, fazendo, assim, seus relatos fortes elementos tanatográficos, ou seja, as narrativas são experiências relacionadas à escrita da morte. Nota-se nas narrativas antunianas um discurso intrincado que, simulando sua confusão mental, não provém respostas às suas indagações. Portanto, o presente trabalho busca destacar a memória tanatográfica como parte integrante da ficção, e a ficção como parte integrante da memória tanatográfica.
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