Legados das memórias da Guerra Colonial: algumas reflexões conceituais sobre a transmissão intergeracional do trauma
DOI:
https://doi.org/10.22409/abriluff.v5i11.29659Palavras-chave:
Pós-memória, Memória traumática, Segunda geração, Guerra Colonial, Cultura portuguesa contemporâneaResumo
O artigo analisa algumas das teorias dominantes em torno do conceito, controverso, de pós-memória. A pós-memória, de fato, como possibilidade de transmissão intergeracional da memória, em particular traumática, sobretudo para pessoas da esfera familiar que não viveram a experiência em causa mas mantêm um laço afetivo com quem a vivenciou, proporciona a possibilidade de rever criticamente alguns processos de fixação da memória tout-court, na sua relação tensa com a possibilidade de uma contratualização histórica. O caso associado a esta conceitualização é aquele da Guerra Colonial que Portugal combateu em África por mais de uma década (1961-1974) e que incidiu profundamente tanto na ontologia do País pós Revolução dos Cravos, como na consciência dos ex combatentes que vivenciaram as experiências traumáticas projetando a impossibilidade de simbolização dos traumas nas relações familiares. Também, pelo mito de Filomela, é analisada uma parte da produção cultural portuguesa das segundas gerações que procura vocalizar estes silêncios doloridos dos pais.Downloads
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