As cartas reencontradas, de Pedro Eiras, no romance (histórico?) português contemporâneo
DOI:
https://doi.org/10.22409/abriluff.v14i28.51589Palavras-chave:
Cartas, Romance, Discurso, Fernando Pessoa, Mário de Sá-CarneiroResumo
O artigo visa ler e inserir as Cartas reencontradas de Fernando Pessoa a Mário de Sá-Carneiro (2016), de Pedro Eiras, dentro do cenário do romance contemporâneo em Portugal. A obra apresenta certas afinidades com o movimento crescente no país de releitura do passado histórico, neste caso, a segunda década do século XX, período de intenso diálogo epistolar entre Pessoa e Sá-Carneiro, através da literatura. Trata-se, até certo ponto, de uma tendência pós-moderna nas artes. No entanto, percebemos também dissonâncias em relação a esse quadro, as quais serão apontadas. O romance propõe criar as cartas perdidas de Pessoa ao amigo, Mário de Sá-Carneiro, após um breve enredo “relatando” como tal correspondência teria sido encontrada por uma personagem chamada Pedro Eiras. Primeiramente, discutiremos esse enredo e sua estetização discursiva, com base no conceito de interdiscurso de Fiorin (2006) e considerações teóricas sobre o romance, de autores vários. Na sequência, após revisitarmos o período histórico em questão (inícios do séc. XX em Portugal), abordaremos algumas estratégias empregadas pelo ficcionista para a recriação da correspondência pessoana.
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