“E eu, inteira, era um sólido não”: violência colonial em A costa dos murmúrios e Caderno de memórias coloniais
DOI:
https://doi.org/10.22409/abriluff.v15i31.58671Palavras-chave:
Colonialismo, Violência contra a mulher, A costa dos murmúrios, Caderno de memórias coloniaisResumo
Este trabalho objetiva analisar os romances A costa dos murmúrios, de Lídia Jorge, publicado em 1988, e Caderno de memórias coloniais, de Isabela Figueiredo, publicado em 2009. Ambas as obras apresentam mulheres como narradoras que vivem sob o violento regime colonialista português em Moçambique, tendo como ênfase a guerra colonial e o processo de colonização e descolonização, respectivamente. O colonialismo, como um sistema político e ideológico, marcou profundamente a experiência dessas mulheres, na medida em que buscava torná-las, tal como os territórios, objetos de domínio masculino. Dessa forma, interessa-nos analisar como se dão as relações de violência em sociedades coloniais e pós-coloniais. Para tanto, nossa leitura está orientada pelo trabalho de autores como Linda Hutcheon, Grada Kilomba, Eduardo Lourenço, Paulina Chiziane, Thomas Bonnici, Margarida Calafate Ribeiro, entre outros.
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