‘Eu vi a palavra fronteira’ - as múltiplas bordas em Niketche: uma história de poligamia
DOI:
https://doi.org/10.22409/abriluff.v15i31.58673Palavras-chave:
Comunidades imaginadas., Fronteira, Nacionalismo, MoçambiqueResumo
O presente artigo faz uma análise da obra Niketche: uma história de poligamia, da autora moçambicana Paulina Chiziane, partindo do conceito de comunidade imaginada de Benedict Anderson (1991) e das identidades culturais na pós-modernidade, conforme proposto por Stuart Hall (1992). Inspirada pelos autores Sandro Mezzadra e Brett Neilson (2017), a análise propõe a compreensão das fronteiras como método de enfrentamento das categorias coloniais. Assim, o artigo analisa as tensões entre binômios expostos no romance, partindo da oposição entre homem-mulher, e entendendo que a própria fricção entre fronteiras é, por si só, uma reinvenção das mesmas e uma atitude de reconstrução no combate às violências e silenciamentos das identidades.
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