Quando a mulher guineense vai à guerra: representações do feminino em Memórias SOMânticas, de Abdulai Sila
DOI:
https://doi.org/10.22409/abriluff.v15i31.58885Palavras-chave:
Abdulai Sila, Guiné-Bissau, Violência, Questões de Gênero, DispositivoResumo
Tendo em vista que as questões históricas, políticas e sociais têm ocupado as páginas da produção literária guineense contemporânea, neste artigo, direcionamos a nossa investigação para uma análise das diferentes camadas de opressão sofridas pelas mulheres guineenses, a partir da leitura da obra Memórias SOMânticas (2016), do escritor guineense Abdulai Sila. Ao observar as dinâmicas que circulam na sociedade guineense contemporânea, verificamos que as situações de violência contra a mulher seguem um duplo direcionamento, seja pelas articulações coloniais e os atravessamentos ocidentais, seja pelas tradições culturais e as suas regras internas. Desse modo, percebe-se a necessidade de uma abordagem que reconheça esses elementos, explorando suas direções, experiências e pontos de vista, que apresentam um conhecimento mais detalhado da situação política de um determinado momento histórico, como também trata de questões mais particulares e subjetivas. Com esse intuito, retomaremos o discurso memorialístico da narradora, que percorrendo determinados caminhos afetivos, incorpora novos contributos e interrogações às narrativas contadas pela dita História oficial.
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