Sobre a liberdade: a leitura de “A mãe de um rio”, de Agustina Bessa-Luís

Resumo

Este ensaio investiga uma das formulações para a ideia de liberdade na obra de Agustina Bessa-Luís. Como ponto inicial, analisaremos dois artigos da escritora, inseridos na coletânea Alegria do mundo I, em que Agustina fará algumas observações sobre a padronização dos comportamentos humanos e a necessidade de um entendimento mais amplo da cultura e da história. Em seguida, um outro texto é relevante para a argumentação que será desenvolvida. Em “Da condição da mulher”, publicado no livro citado, a escritora fará apontamentos sobre os papéis da mulher e os significados para liberdade. Após a leitura dos textos, percebemos que Agustina ressaltará a importância da valorização do comportamento não padronizado, a relevância da experiência das relações vivas, a exigência de uma força e de uma ação e o diálogo inevitável entre liberdade e responsabilidade. Para estabelecer uma conversa com o pensamento crítico da escritora, faremos uma leitura do conto “A mãe de um rio” (1959), narrativa em que as considerações presentes nos artigos estão também presentes. Desenvolveremos, ainda, a ideia da criação como uma das formas de liberdade, além de outros temas que se associam à relação entre mãe e rio.