A cidadania na reforma do Estado brasileiro: discurso oficial e percepção empírica

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DOI:

https://doi.org/10.22409/eas.v3i2.43926

Resumen

A reforma do Estado no Brasil, em particular no plano da administração pública, tem se apresentado como um projeto inesgotável, tendente a se repetir como panacéia a cada governo. Às vésperas de uma nova reforma administrativa, anunciada pelo atual governo brasileiro, recupera-se nesse artigo a discussão inacabada sobre a última grande reforma ocorrida na década de 1990. O objetivo é expor as impressões sobre a reforma ocorrida e em particular sobre o exercício da cidadania, passados na ocasião da pesquisa, mais de dez anos das mudanças que pretendiam submeter o aparelho público ao interesse do cidadão. Para realizar o estudo, além da pesquisa bibliográfica, realizou-se uma pesquisa de campo - a aplicação de survey a um público qualificado, pós-graduandos da Universidade Federal Fluminense - com o intuito de mensurar o grau de adesão ao discurso da reforma gerencialista e verificar em que dimensão esse público tem exercido efetivamente a sua participação-cidadã. Como resultado, observou-se que os maiores índices de participação foram aqueles relacionados à esfera do consumo e à reivindicação dos direitos individuais. A preocupação e o dever de ser cidadão foram reduzidos à condição de consumidor. 

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Biografía del autor/a

  • Claudia Da Silva Jordão, Corvinus University of Budapest
    Doutoranda em Business and Management na Corvinus University of Budapest.
  • Agatha Justen, Universidade Federal Fluminense
    Professora adjunta do Departamento de Administração da Universidade Federal Fluminense.

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Publicado

2021-01-04