HETEROGENEIZAÇÃO DA MÃO-DE-OBRA FEMININA: O QUE MUDOU NO PERÍODO RECENTE?

Autores

  • Moema de Castro Guedes Universidade Federal Fluminense

DOI:

https://doi.org/10.22409/rg.v15i2.658

Palavras-chave:

Mercado de Trabalho, Gênero, Desigualdades

Resumo

: O período recente da história do Brasil foi marcado pela diferenciação interna no contingente de trabalhadoras mulheres. A literatura sobre gênero e mercado de trabalho destaca um processo de bipolarização do emprego feminino, caracterizado de um lado pela expansão do contingente de trabalhadoras executivas e com nível universitário (postos mais valorizados do mercado) e por outro pela tendência de manutenção de um grande percentual de mulheres assalariadas em setores tradicionalmente femininos, como as empregadas domésticas. Essa tendência de diversificação dos tipos de ocupações femininas fez com que uma parcela significativa de pesquisas neste campo privilegiasse um olhar segmentado, centrado em grupos especí- ficos. Isso reflete a percepção de que as dinâmicas em questão não poderiam ser compreendidas a partir de perspectivas generalizantes, que enxergassem as mulheres como um grupo homogêneo no mercado de trabalho. Por um lado, isso representou um ganho analítico, pois permitiu a sofisticação de aná- lises sobre a evolução das desigualdades entre homens e mulheres através da comparação de grupos semelhantes, ou seja, comparáveis entre si. Por outro lado, no entanto, o olhar segmentado perde de vista as diferenciações entre mulheres e os processos sociais que se produzem a partir disso. O presente trabalho pretende dialogar com ambas as perspectivas, no sentido tanto de resgatar os principais elementos de diferenciação interna da mão de obra feminina, quanto pensar as desigualdades de gênero que ainda constrangem as mulheres no mundo do trabalho e fazem com que os melhores postos sejam ocupados majoritariamente por homens. Para tanto, do ponto de vista metodológico, trazemos algumas evidências analisadas a partir de diversas variáveis dos Censos Demográficos de 2000 e 2010 do IBGE.

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Publicado

2016-03-03

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ARTIGOS

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