CRUZADAS DO GÊNERO E GRAMÁTICA NEOCONSERVADORA: CENÁRIOS PÓS-ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2018
Resumo
Este artigo é recorte de uma pesquisa mais ampla que analisou repertórios de gênero nas eleições presidenciais brasileiras de 2018, a partir dos textos-proposta disponibilizados no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Focamos aqui na agenda ultraconservadora de gênero, sua política paranoide e seu discurso excessivo. Concluímos que a disputa em torno dos sentidos de gênero se tornou central no Brasil nos últimos anos, sobretudo no último pleito, e tal centralidade, ainda que movida por um revés antifeminista, acaba por carregar também o potencial de desestabilizar e incluir no debate público noções antes naturalizadas, como as de feminino e masculino.