Potencialidades da reforma agrária e a agricultura familiar no Brasil

Autores

  • Alícia Vetoraci Munaldi Universidade Federal Fluminense
  • Vanuza da Silva Pereira Ney Universidade Federal Fluminense

Resumo

A pesquisa é fruto do projeto PIBIC/CNPq 2021-2022 da UFF e buscou analisar a dinâmica do desenvolvimento rural e sua relação com a reforma agrária e a agricultura familiar no Brasil. Para isso, a revisão teórica e histórica acerca da reforma agrária no Brasil foi feita com base na literatura sobre o tema, bem como os indicadores disponíveis nos sites sobre o tema, como o INCRA. A questão agrária no Brasil é um tema muito debatido na literatura brasileira, em especial porque para grande parte dos pesquisadores, o Brasil não fez a tão esperada “reforma agrária”. A questão agrária como tem sido feita no Brasil é um entrave ao desenvolvimento brasileiro e condição para uma sociedade mais justa (GRAZIANO DA SILVA, 1981; LEITE et al., 2001). Nesse sentido também, na revisão em torno da questão agrária o tema incorre em muitas controvérsias, principalmente no meio acadêmico, onde encontramos várias correntes, com diferentes interpretações sobre a reforma agrária no Brasil. Entre as correntes GUANZIROLI et al. (2001) destaca quatro visões sobre o papel que a reforma agrária desempenha no processo de desenvolvimento do país: 1. “O novo Mundo Rural”; 2. “O Banco Mundial”; 3. “A reforma Agrária Viável” e 4.“A Reforma Agrária MST”. A realidade brasileira de políticas de assentamentos rurais é resultante da pressão dos movimentos sociais. Além disso, os governos brasileiros não criaram condições institucionais e financeiras suficientes para uma real estruturação dos assentamentos e de seus sistemas produtivos, evidenciando a inexistência de um plano de desenvolvimento rural integrado às ações de distribuição de terras. Para GUANZIROLI (1998) o Estado distribuiu terras, mas não investiu recursos necessários num planejamento de longo prazo. Segundo LEITE et al. (2001) os assentamentos rurais carecem da falta de assistência técnica e atraso na liberação de recursos e representam a política adotada desde os anos 1990. Isso mostra que criar projetos de assentamentos e disponibilizar, não é suficiente, mas é necessário o acompanhamento, assistência técnica e recursos financeiros para garantir a permanência e consolidação das famílias no lote. A criação de assentamentos não é acompanhada de medidas que garantam às famílias condições efetivas de produção, comercialização e melhoria das condições de vida, uma vez que as obras de infraestrutura - produtiva e social - necessárias não são realizadas na maior parte dos assentamentos criados. Dessa forma, o objetivo da pesquisa buscou entender a dinâmica do desenvolvimento rural e sua relação com a reforma agrária e a agricultura familiar no Brasil.

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Biografia do Autor

Alícia Vetoraci Munaldi, Universidade Federal Fluminense

Graduanda em Ciências Econômicas, Departamento de Ciências Econômicas de Campos, Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, Brasil

Vanuza da Silva Pereira Ney, Universidade Federal Fluminense

Professora Adjunta, Departamento de Ciências Econômicas de Campos, Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, Brasil.

Referências

GRAZIANO DA SILVA, J. A modernização dolorosa: estrutura agrária, fronteira agrícola e trabalhadores rurais no Brasil. Rio de Janeiro: Zahar, 1981.

GUANZIROLI, C. E. Reforma agrária e globalização da economia: o caso do Brasil. [Sine loco]: Projeto UTF/BRA/036/BRA, 1998.

GUANZIROLI, C. E. et al. Agricultura familiar e reforma agrária no século XXI. Rio de Janeiro: Garamond, 2001.

LEITE, S. et al. Assentamentos rurais e perspectivas da reforma agrária no Brasil. Rio de Janeiro: [sine nomine], 2001.

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Publicado

2022-12-19

Como Citar

MUNALDI, A. V. .; NEY, V. DA S. P. . Potencialidades da reforma agrária e a agricultura familiar no Brasil. Anais da Semana de Economia (Campos), v. 2, n. 1, p. 25-26, 19 dez. 2022.