OS SERVIÇOS ECOSSISTEMICOS E A GESTÃO DO USO PÚBLICO NAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NA ILHA DE SANTA CATARINA, SC.

Autores

  • Washington Ferreira Universidade Federal de Santa Catarina

Resumo

Descrevem-se o processo de pesquisa e os resultados preliminares da aplicação da análise dos serviços ecossistêmicos na gestão do uso público das Unidades de Conservação (UCs) na Ilha de Santa Catarina. Estas UCs apresentam diferentes atrativos e possibilidades de acesso e uso público para a sociedade, os quais são parte do objeto de sua gestão socioambiental. Foi desenvolvida a modelagem conceitual dos principais ecossistemas locais, evidenciando-se a estrutura e os fluxos preponderantes dentre os mesmos. Logo após, foram integrados os serviços ecossistêmicos (suporte, provisão, regulação, cultural) proporcionados pelas diferentes unidades ambientais, bem como aspectos da gestão do uso público nestas UCs (forças motrizes, atividades impactantes). Após esta sistematização, constatou-se a similaridade e recorrência de problemas nos diferentes ambientes, suas causas geradoras (infraestrutura urbana e construção civil) e principais atores sociais envolvidos (setor imobiliário e turístico), assim como a influencia de determinadas atividades e atores sobre alguns dos ecossistemas locais mais afetados (praias arenosas e manguezais). Tais resultados indicam a necessidade de efetiva complementação das estratégias de ação das distintas agencias governamentais envolvidas na gestão ambiental das UCs na Ilha de Santa Catarina, através de um processo integrado para o mosaico de UCs da ilha. Neste processo de manejo integrado, faz-se necessário a incorporação de uma nova visão estratégica sobre o papel do uso público destas UCs, na qual as comunidades do entorno e a sociedade envolvente possam efetivamente se sentir incluídas e parceiras, em substituição ao modelo predominante de gestão, centralizado e excludente, que não atende plenamente aos objetivos propostos e contribui para a manutenção e acirramento de conflitos socioambientais. Esta reintegração conceitual, com base na ecologia da paisagem (como construção da cultura sobre a base natural), permite-nos uma maior aproximação entre os objetivos da conservação ambiental e as necessidades das atividades circundantes, especialmente quando consideramos a dinâmica dos processos socioambientais, extremamente diversos e catalisados por forçantes externas em rápida e contínua transformação.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Washington Ferreira, Universidade Federal de Santa Catarina

Bolsista (Estágio de Pós-doutorado) da CAPES (Projeto Nº A047/2013). Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil

Referências

ALMEIDA, F. B. Análise da Efetividade de Manejo em uma Área Importante para a Conservação das Aves (IBA) e da Biodiversidade: o caso do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, SC, Brasil. Dissertação de Mestrado (Programa de Pós-Graduação em Geografia). Florianópolis: UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina, março/2015.

ASMUS, M. L.; SCHERER, M.; OLIVEIRA, T. C. Gestão com Base Ecossistêmica (EGB): influencia na Ilha de Santa Catarina, SC. In: XXVI Semana Nacional de Oceanografia (Guaratuba, PR: 28/Setembro– 04/Outubro/2014). UFPR – Universidade Federal do Paraná.

BRASIL. Decreto de 14 de Setembro de 2000 (criação da Área de Proteção Ambiental – APA da Baleia Franca, litoral de Santa Catarina). Brasília: Presidência da República, 2000.

BAPTISTA, S. R. Metropolitanization and forest recovery in southern Brazil: a multiscale analysis of the Florianópolis city-region, Santa Catarina State, 1970 to 2005. Ecology and Society 13 (02): 05, 2008. [online] URL: http://www.ecologyandsociety.org/vol13/iss2/art5/

CASTRO, A. G. S. O Uso dos Recursos Naturais e o Desafio para a Conservação da Biodiversidade Marinha: mudanças e conflitos em uma comunidade pesqueira na Ilha de Santa Catarina, Brasil. Tese de Doutorado (Programa de Pós-Graduação em Ecologia). Porto Alegre: UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2008 (212 p).

CARUSO, M. M. L. O Desmatamento da Ilha de Santa Catarina: de 1500 aos dias atuais. Florianópolis: Ed. UFSC, 1983 (160 p).

CESCO, S. Agricultura e Transformação Ambiental: o caso da Ilha de Santa Catarina no século XIX (15 p). In: Anais do XXVI Simpósio Nacional de História. São Paulo: ANPUH, julho/2011.

DIEDERICHSEN, S. DuPrey. Percepção dos atores sociais frente aos problemas socioambientais da bacia hidrográfica do Rio Tavares como subsídio à estratégia de gestão costeira integrada. Dissertação de Mestrado (Programa de Pós-Graduação em Geografia). Florianópolis: UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina, 2014.

ELLER, J. R. G.; SANTOS, L.; NASCIMENTO, R. da S. Análise Ambiental do Manguezal do Rio Tavares, Florianópolis (SC, Brasil). In: Anales del XIV° EGAL – Encuentro de Geografos de America Latina (Lima, Perú: 02-12/Abril/2013).

FATMA. Parque Estadual da Serra do Tabuleiro. Florianópolis: Fundação Estadual de Tecnologia e Meio Ambiente (sd). Disponível em: http://www.fatma.sc.gov.br/conteudo/parque-estadual-da-serra-do-tabuleiro (acesso em: 06/Setembro/2014).

FLORIPA AMANHA. Unidades de Conservação de Florianópolis e Região. Florianópolis, SC (sd). Disponível em: http://floripamanha.org/tag/unidade-de-conservacao (acesso em: 10/Abril/2015).

GUIMARÃES, V. M. Turismo e Modernidade em tempos de globalização: o turismo e os turistas na Barra da Lagoa (pp: 55-67). In: RIAL, Carmen; GODIO, Matias (Orgs.). Pesca e Turismo: etnografias da globalização no litoral do Atlântico Sul. Florianópolis: NUPPE-CFH-UFSC, 2006 (240 p).

HENRICH, M. E. Gestão Integrada e Participativa de Unidades de Conservação: os desafios do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro (SC) e seus territórios. Dissertação de Mestrado Profissional (Programa de Pós-Graduação em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Socioambiental). Florianópolis: UDESC – Universidade do Estado de Santa Catarina, 2015.

IBAMA. Plano de Manejo da Reserva Biológica Marinha do Arvoredo, SC (Encarte 01 – Contextualização). Brasília: IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis, 2004 (295 p).

ICMBIO. Unidades de Conservação no Bioma Marinho Costeiro. Brasília: ICMBio -Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, sd 01. http://www.icmbio.gov.br/portal/biodiversidade/unidades-de-conservacao/biomas-brasileiros/marinho/unidades-de-conservacao-marinho.html (acesso em: 06/Setembro/2014).

ICMBIO. Conservação da Biodiversidade na Zona Costeira e Marinha de Santa Catarina. Brasília: MMA – Ministério do Meio Ambiente, ICMBio - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade; Florianópolis: Coordenação Regional do ICMBio SC, sd 02 (36 p).

ICMBIO. Plano de Manejo da APA de Anhatomirim, SC. Encarte 01 – Contextualização. Brasília: ICMBio - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2013 (64 p).

KOSMUS, M.; RENNER, I.; ULRICH, S. Integração de Serviços Ecossistemicos ao Planejamento do Desenvolvimento. Brasília: GIS (Serviço Alemão para Cooperação Internacional) – Projeto “Inovação Futura, Biodiversidade e Serviços Ecossistemicos”, outubro de 2012 (92 p). Disponível em: http://www.giz.de/expertise/downloads/giz2012-pt-servicos-ecossistemicos.pdf

MATOS, M. P.; GUIMARÃES, S. T. L. A Sensibilidade do Lugar: uma proposta metodológica de aplicação da percepção ambiental na gestão da zona costeira em áreas urbanas. OLAM – Ciência e Tecnologia (Rio Claro, SP), 08 (03): 195-214, Jul-Dez/2008.

MP-SPU-CTEPO SC. Planos de Gestão Integral das Orlas Marítimas: Projeto Orla SC. Brasília: Ministério Público Federal; Florianópolis: Serviço de Patrimônio da União SC, Comissão Técnica Estadual do Projeto Orla SC, 2014 (38 p).

NIEHUES, J. P. Sistema Ambiental Ilha de Santa Catarina: ecossistemas dominantes, componentes e processos. Monografia de Graduação (Curso de Bacharelado em Ciências Biológicas, UFSC). Florianópolis: UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina, dezembro/2014.

OLIVEIRA, T. C. R. Uso e Qualidade das Praias Arenosas da Ilha de Santa Catarina: bases para seu planejamento ambiental. Dissertação de Mestrado (Programa de Pós-Graduação em Geografia). Florianópolis: UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina, 2015 (93 p).

PMF. Unidades de Conservação. Florianópolis: Prefeitura Municipal de Florianópolis, SC (sd). Disponível em: http://www.pmf.sc.gov.br/entidades/floram/index.php?cms=unidades+de+conservacao&menu=6 (acesso em: 06/Setembro/2014).

POLETTE, M.; REBOUÇAS, G. N. M.; FILARDI, A. C. L.; VIEIRA, P. F. Rumo à Gestão Integrada e Participativa de Zonas Costeiras no Brasil: Percepções da Comunidade Científica e do Terceiro Setor. Gestão Costeira Integrada (Itajaí), 05 (04): 43-48, 2006.

PORTO FILHO, E.; WASKOW, L. B.; SILVA, A. W. L.; SIERRA, E. J. S. Diagnóstico Socioambiental e Perspectivas de Sustentabilidade para a Região de Entorno do Rio Papaquara, Florianópolis, SC. In: III Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental (Goiânia/GO: 19-22/Novembro/2012), 13 p.

PROCHNOW, R. M.; DAL SANTO, M. A.; AMEY, R. A expansão das cidades sobre a Zona Costeira: estudo de caso de Florianópolis, BR, e Boston, USA. In: 12° EGAL - Encuentro de Geógrafos de América Latina (Montevideo, 2009). Disponível em: http://www.geolab.faed.udesc.br/publicacoes/Artigos_Egal/Prochnow_Egal.pdf (acesso em: 19/Outubro/2014).

REIS, A. F. Ilha de Santa Catarina: permanências e transformações. Florianópolis: Ed. UFSC (Coleção Urbanismo e Arquitetura da Cidade), 2012 (284 p).

RIBAS, L. C. (Org.). A Reserva Extrativista Marinha do Pirajubaé: sujeitos, memórias e saberes etnobiológicos. Florianópolis: IFSC, 2014 (168 p).

SANTOS, R. F. O Contexto Histórico da Definição Conceitual de Serviços Ecossistemicos (2014, 51 p). Disponível em: www.fapesp.br/eventos/2014/02/biota/rozely_ferreira.pdf

TIRLONI, D. Unidades de Conservação de Florianópolis. Florianópolis, SC (01 de abril de 2013). Disponível em: http://www.blogdotirloni.com.br/meio-ambiente/unidades-de-conservacao-florianopolis/ (acesso em: 10/Abril/2015).

VIVACQUA, M. Conflitos Socioambientais no Litoral de Santa Catarina: o caso da Reserva Biológica Marinha do Arvoredo. Dissertação de Mestrado (Programa de pós-Graduação em Sociologia Política). Florianópolis: UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina, 2005 (114 p).

YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.

Downloads

Publicado

2015-12-31