Sem morro, varandão, salão, 3dorms: a construção social do valor em mercados imobiliários "limiares"
DOI:
https://doi.org/10.22409/antropolitica2010.1i28.a41549Palavras-chave:
Rio de Janeiro, favelas, mercado imobiliário, moradia, valorResumo
O artigo analisa o fenômeno ao qual me refiro, provisoriamente, como mercados imobiliários “limiares”. O termo designa regiões do Rio de Janeiro contemporâneo em que o preço de imóveis em “favelas” e aqueles na cidade dita “formal” vêm convergindo. A hipótese é que os mercados “limiares” tornam visível um processo mais amplo de reconfiguração das fronteiras físicas, sociais e simbólicas das favelas cariocas: uma vez produzida a equivalência monetária dos espaços, é possível vislumbrar outros registros de produção de valor que organizam o modo como moradores da cidade imaginam, ocupam e representam o espaço urbano. Analiso a construção dos mercados “limiares” por meio de três perspectivas complementares, tendo como campo a região da Grande Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro.
A primeira perspectiva é ancorada na leitura etnográfica do espaço construído de um caso quase arquetípico, do tipo de dinâmicas sociais em jogo nos mercados “limiares”: um edifício bem de frente para uma favela, cujo valor de mercado praticamente o integra a esta última. A segunda perspectiva é centrada no modo como os mercados “limiares” são construídos nas práticas de mercado e se apoia em entrevistas formais e informais realizadas com corretores de imóveis. Finalmente, analiso a construção do “limiar” pela ótica de uma moradora que o transpôs, para quem este movimento produz um sentido de realização e recompensa justa aos sacrifícios de uma vida de trabalho duro.
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