Bebendo a bordo: tradição aprendida

Autores

  • Elizabeth Espindola Halpern Universidade Federal do Rio de Janeiro – IPUB/UFRJ
  • Ligia Maria Costa Leite Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • João Ferreira da Silva Filho Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.22409/antropolitica2010.1i28.a41599

Palavras-chave:

alcoolismo, militares, condições de trabalho, cultura,

Resumo

O notório caráter multifacetado do alcoolismo permite identificar que, além dos aspectos subjetivos que participam da construção de seu quadro, existem fatores externos, como os laborais, que se relacionam a uma cultura organizacional e tradições que apoiam e estimulam o consumo de bebidas alcoólicas. A observação de militares alcoolistas da Marinha do Brasil que são pacientes do Hospital Central da Marinha, permite examinar, a partir de suas histórias e relatos, em que medida o seu alcoolismo foi sendo constituído a partir de uma aprendizagem sobre o beber a bordo, desde o seu ingresso na instituição naval, amparado pelas tradições navais. Verifica-se a existência de uma maneira de beber, que se faz a partir de modelos, geralmente em grupo, associada a uma dinâmica do cotidiano laboral, produzindo um habitus alcoólico, ou seja, um comportamento que é postural, gestual, como linguagem, impregnado de sentido.

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Biografia do Autor

Elizabeth Espindola Halpern, Universidade Federal do Rio de Janeiro – IPUB/UFRJ

Psicóloga, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Psiquiatria e Saúde Mental – Universidade Federal do Rio de Janeiro – IPUB/UFRJ. Militar da Marinha do Brasil, encarregada da Divisão de Saúde Mental e do Centro de Dependência Química do Hospital Central da Marinha. Artigo na revista Cadernos de Psicologia Social e do Trabalho da USP: Os efeitos das situações de trabalho na construção do alcoolismo de pacientes militares da Marinha do Brasil.  

Ligia Maria Costa Leite, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Doutora em Comunicação UFRJ e professora colaboradora – IPUB-UFRJ.

Projeto de pesquisa em andamento: Drogas, Evasão Escolar, Criminalidade: os Descaminhos na Adolescência e suas Articulações com as Questõs do Sujeito. Artigos: Au coeur de La rencontre et Du soin... Rapports des savoirs em matière de santé dans les bidonvilles de Rio de Janeiro, A necessidade de promoção da saúde mental para a juven tude nas pós-modernidade, Walter matou uma pessoa. Os impactos da violência silenciosa para a saúde mental em adoslecentes desafiliados na relação com o mundo do trabalho. Livros: Meninos de Rua – A infância excluída no Brasil, Les enfants de rue au Brésil – Mythes et Ideologies, A razão dos invencíveis: meninos de rua – O rompimento da ordem – 1554-1994, A Magia dos Invencíveis – Os meninos de rua e a Escola Tia Ciata.

João Ferreira da Silva Filho, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Doutor em Psiquiatria e Saúde Mental – IPUB/UFRJ e Professor Titular da Faculdade de Medicina UFRJ.

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Como Citar

Halpern, E. E., Leite, L. M. C., & Silva Filho, J. F. da. (2011). Bebendo a bordo: tradição aprendida. Antropolítica - Revista Contemporânea De Antropologia, 1(28). https://doi.org/10.22409/antropolitica2010.1i28.a41599

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