“NÓS REPRESENTA A FAVELA MANO”. B-boys da Maré superando estereótipos

Autores

  • Otavio Raposo

DOI:

https://doi.org/10.22409/antropolitica2014.0i37.a41602

Palavras-chave:

juventude, segregaç.o, favela, identidade, performance

Resumo

Um dos mais importantes grupos de dançarinos de break dance do Rio de Janeiro atuava e residia na Maré, um conjunto de dezesseis favelas com aproximadamente 130 mil habitantes. Dinamizado, inicialmente, por ONG locais em escolas da região, este estilo de dança se expandiu e ganhou novos adeptos no bairro, que passaram a participar ativamente no circuito break dance da cidade. Tornar-se um b-boy ou uma b-girl (dançarino de break dance) tinha um significado especial na vida desses jovens, pois era um eficiente meio para conquistar respeito e visibilidade. Ao recorrer à identidade b-boy, buscavam uma singularidade capaz de contrariar as imagens estigmatizantes a que eram frequentemente associados por viverem em favelas e pertencerem a uma classe social desfavorecida. A participação em eventos e campeonatos do estilo estimulava a circulação dos jovens no espaço urbano e a sua interação com múltiplos repertórios e estilos de vida. Apresentações irrepreensíveis em eventos de break dance eram razão de glória para eles, momentos inesquecíveis a lhes proporcionar a sensação de serem queridos e admirados no âmbito de uma cultura prestigiada internacionalmente.  Ao vencerem campeonatos de dança projetavam uma imagem que os representava como potência e não mais numa situação de carência, saltando as barreiras simbólicas que os mantinham circunscritos ao rótulo de “favelado”.

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Como Citar

Raposo, O. (2015). “NÓS REPRESENTA A FAVELA MANO”. B-boys da Maré superando estereótipos. Antropolítica - Revista Contemporânea De Antropologia, (37). https://doi.org/10.22409/antropolitica2014.0i37.a41602

Edição

Seção

Dossiê Temático