Promessa, consideração e trato nas festas de folia em Urucuia-MG
DOI:
https://doi.org/10.22409/antropolitica2011.0i31.a41669Palavras-chave:
folia, promessa, comunidade festiva, reciprocidade.Resumo
Neste artigo, pretendo descrever e analisar o conceito de promessa nas folias de Urucuia, norte de Minas Gerais. Em especial, quero destacar essa noção como parte integrante de um extenso processo, por meio do qual se articulam diversos domínios sociais e cosmológicos. As folias urucuianas são pensadas e vividas pelos seus devotos como uma contrapartida necessária a uma graça pedida e recebida em nome de um ou mais santos católicos. No entanto, embora tenham origem numa relação quase pessoal entre o devoto e seu santo devocional, as promessas só podem ser efetivamente saldadas diante da presença de uma ampla coletividade estabelecida em torno da figura dos seus principais organizadores. A constituição de uma comunidade festiva está fundamentada na existência de duas noções centrais: consideração e trato. Enquanto os valores da união e da solidariedade se associam ao mundo da consideração e da família, os tratos individualizados, não obrigatórios e mais interessados são efetuados junto às personagens rituais, localizadas fora do espaço doméstico. Acompanhar os preparativos iniciais dos festejos é entender, de alguma maneira, como uma promessa de um único devoto acaba fazendo certas passagens ao longo de toda uma teia de relações estruturada através das noções de casa e mundo exterior, feminino e masculino, dentro e fora, família e não família etc. Não se trata, contudo, de considerarmos uma oposição estanque entre polos de reciprocidade. As noções de consideração e trato devem ser entendidas como categorias operacionais, representando ideias, qualificando e orientando ações, mais do que dividindo rigidamente as pessoas.Downloads
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Publicado
2012-06-29
Como Citar
Pereira, L. P. (2012). Promessa, consideração e trato nas festas de folia em Urucuia-MG. Antropolítica - Revista Contemporânea De Antropologia, (31). https://doi.org/10.22409/antropolitica2011.0i31.a41669
Edição
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Artigos
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