Na zona de sacrifício, a riqueza e o lixo: aterros, lixões, minas e suas alternativas infernais
DOI:
https://doi.org/10.22409/antropolitica2019.0i47.a41972Palavras-chave:
Conflitos Ambientais, Aterro/Lixão, Mineração, Zona de Sacrifício.Resumo
O artigo trata de conflitos decorrentes de injustiças ambientais ligadas à mineração de rochas e implantação de um lixão/aterro sanitário na área rural de Santa Tecla, Gravataí/RS, visando analisar como se dão as relações de poder locais e a atuação de empresas e poder público na condução de ambas as atividades. A partir de um enfoque etnográfico e pesquisa documental, o estudo mostra como Santa Tecla está inserida em um contexto de produção de “zonas de sacrifício” onde, a partir da imposição de “alternativas infernais” aos moradores, mineração e deposição de lixo unem num mesmo local as duas pontas situadas mais à jusante e montante de todo processo capitalista de produção, circulação, consumo e descarte/reuso. Como resultado tem-se a baixa qualidade de vida e a produção deste rebaixamento, com a população vendo-se exposta, entre outros constrangimentos, à explosões, depreciação de imóveis, perda de produção agrícola, contaminação da água, problemas de saúde e o estigma de morar ao lado de um lixão/aterro, com seus odores e chorumes lançados no ar, terra, rios e córregos. Para quem vive do lixo (catadores), nota-se a contradição de um Estado que primeiro cria uma situação limite (lixão) para, após atrair quem vive às suas margens, atuar (com o aterro sanitário) com violência excluindo-os do usufruto de algo que ele próprio gerou, mas que agora é visto como “perigoso” justamente para quem sua ação atraiu, os quais são tratados como “invasores”.
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