“Lavo, passo e cozinho na sua casa e pros seus filhos, mas meu filho que mora comigo fica largado na favela”: reflexões sobre suspeição e precariedade nos casos do “cria de favela” e da “empregada doméstica”
DOI:
https://doi.org/10.22409/antropolitica2020.i50.a43310Palavras-chave:
Precariedade, Suspeição, DesigualdadeResumo
Neste artigo discutiremos precariedade e suspeição a partir de pesquisas distintas, uma realizada em lugares chamados de “favela” na Cidade do Rio de Janeiro e outra nas Varas do Trabalho da cidade de Niterói. A precariedade, para além de seu significado jurídico, será abordada como um dispositivo de poder na desigualação de sujeitos ao acesso a direitos e em relação às posições ocupadas na hierarquia social brasileira. Com a utilização de dados empíricos, bem como com a interlocução de teorias produzidas por outros pesquisadores a respeito do tema, discutiremos como esse processo de precarização permite e sedimenta justificações no espaço público e no convívio social para a demarcação de direitos desiguais, bem como para capitalizar um material simbólico que legitima uma atuação arbitrária do Estado frente às demandas sociais dos considerados precários.
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