Se não é “tradição” é “aberração?”: disputas por legitimidade articuladas em linguagem jocosa por candomblecistas do Rio de Janeiro
DOI:
https://doi.org/10.22409/antropolitica2022.i1.a51870Palavras-chave:
Tradições de Candomblé, Diacríticos, Disputas por legitimidade, Jocosidade como estratégiaResumo
O artigo objetiva apresentar o modo como as disputas por legitimidade religiosa se apresentam na linguagem cotidiana de adeptos do candomblé, pertencentes a um movimento político-religioso localizado no Rio de Janeiro. A partir de materiais obtidos por meio de pesquisa de campo, realizada entre fevereiro de 2018 e outubro de 2020, discutem se as seguintes questões: de que forma a categoria tradição tem sido mobilizada e simbolicamente utilizada como diacrítico por estes candomblecistas? Quais são as outras categorias utilizadas em seus discursos cotidianos que permitem apontar e desqualificar práticas religiosas, com a intenção de excluí-las do escopo do candomblé? É apontado que estão em jogo questões potencialmente conflituosas, que articulam polêmicas sobre fronteiras identitárias (quem pertence ou não ao que se considera o candomblé tradicional?). As principais conclusões indicam que a categoria “tradição”, considerada pelos interlocutores da pesquisa como central para conferir legitimidade religiosa, é disputada no universo estudado, sendo tais disputas performadas no cotidiano por meio de linguagem jocosa, especialmente a ironia, cujo uso se torna estratégico para, a um só tempo, apontar e criticar aquilo que se considera agramatical enquanto candomblé, e reforçar pertencimentos identitários pensados como mais “legítimos”.
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