Fé, festas e economia popular: implicações da pandemia de Covid-19 sobre as celebrações do Círio de Nazaré
DOI:
https://doi.org/10.22409/antropolitica2022.i3.a54847Palavras-chave:
Pandemia, Círio de Nazaré, Festas, Economia Popular, Vendedores ambulantes.Resumo
Nos anos de 2020 e 2021, a pandemia de covid-19 afetou a realização, em Belém do Pará, do Círio de Nazaré, que necessitou de contornos extraordinários para que fosse realizado de modo essencialmente virtual. A festa do Círio se situa além dos rituais litúrgicos, espraiando se por festividades culturais das mais variadas, como a icônica Festa da Chiquita. O turismo da cidade, além de toda uma rede diretamente dependente dele, notadamente o eixo comercial, foram seriamente impactados. Nesse cenário, a economia popular, por abarcar sobretudo os vendedores que atuam na informalidade, foi uma das áreas mais atingidas pelos efeitos do isolamento social. Este artigo objetiva analisar os efeitos danosos da pandemia sobre a festa do Círio e todas as manifestações culturais a ele indexadas, com ênfase na economia popular atuante nesses movimentos. Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa documental, com utilização de fontes jornalísticas, suportada pela literatura relacionada à questão pandêmica. Foram analisados fragmentos de entrevistas realizadas durante a pesquisa de campo, em 2021, com oito sujeitos relacionados às temáticas abordadas neste estudo. As principais análises foram promovidas sob uma perspectiva foucaultiana de poder, o que corroborou para confirmar a hipótese de que as festividades atreladas ao Círio possuem inestimável relevância econômica para os vendedores ambulantes que atuam na informalidade, razão pela qual a ausência desses eventos, em decorrência da pandemia, acarretou consequências mais fortes sobre essa massa vulnerável de trabalhadores.
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