Michael e a continuidade da existência: experimento em um grupo reflexivo
DOI:
https://doi.org/10.22409/antropolitica.i.a55299Palavras-chave:
Grupo reflexivo, Volume humano, Volumentos, Violência contra a mulher, Continuidade.Resumo
O objetivo deste artigo é identificar e descrever os volumentos acionados por Michael, um homem autor de violência contra a mulher, em um grupo reflexivo de Campo Grande (MS). O conceito de “volumento” é desenvolvido por Albert Piette (2019) para observar os elementos componentes de um ser humano, o “volume humano”, tais como estilos, corporalidades, linguagens, gestos e subjetividades, entre outros. Desse modo, argumento que o “volume humano” que observaremos, Michael, aciona volumentos no decorrer das sessões do grupo reflexivo para manter estável a continuidade de sua existência e fazer frente às imposições judiciais que o obrigaram a estar ali. Escolhi analisar uma única pessoa para descer ao nível menor, molecular, da esfera vivencial da violência. Desse modo, os números que colocam o estado de Mato Grosso do Sul entre aqueles com maiores índices de violência doméstica ganham vida e concretude. Meu método privilegiado é a volumografia, o método que permite observar uma única pessoa em seus mínimos detalhes. Como forma de evocar minha experiência com Michael, procuro conjugar a escrita com o desenho. Como não é permitido fazer anotações durante as reuniões do grupo, escrevi e desenhei depois para expressar minhas lembranças e evocar situações.
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