“Eu te passo o que eu tenho, se você tiver estômago para ler”: reflexões sobre continuidades e disputas entre relatos e autos em um caso de violência doméstica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/antropolitica.i.a56282

Palavras-chave:

Etnografia de documentos, Violência doméstica, Burocracia.

Resumo

Neste artigo empreendo o esforço de realizar uma análise etnográfica de um caso de violência doméstica, conjugando relatos de minha interlocutora com uma observação atenta aos documentos produzidos na Delegacia de Mulheres, no Instituto Médico Legal e pelo Poder Judiciário em primeira instância – em outras palavras, certa leitura do Estado a respeito dos fatos vivenciados. Resguardadas as peculiaridades de um relato etnográfico e de uma etnografia documental, apresento duas versões sobre o mesmo acontecimento: a da vítima e a dos documentos. Proponho que ambas as versões sejam tomadas ora como complementares, ora como permeadas por tensões. Como resultado, trago como possibilidade o entendimento de que documentos do Estado, sempre mediados pelos agentes que os produzem, são imbuídos do poder de produção de verdades, as quais, por sua vez, operam nos cotidianos das pessoas envolvidas em casos de violência doméstica, especialmente das vítimas.

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Biografia do Autor

Débora Antonieta Silva Barcellos Teodoro, Universidade de Brasília

Doutoranda em Antropologia Social pela Universidade de Brasília.

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Publicado

2024-01-03

Como Citar

Teodoro, D. A. S. B. (2024). “Eu te passo o que eu tenho, se você tiver estômago para ler”: reflexões sobre continuidades e disputas entre relatos e autos em um caso de violência doméstica. Antropolítica - Revista Contemporânea De Antropologia, 56(1). https://doi.org/10.22409/antropolitica.i.a56282

Edição

Seção

Artigos