Religião como espada do povo: o modo pentecostaharsh de presença pública do pentecostalismo no Brasil e o recrudescimento de sensibilidades beligerantes
DOI:
https://doi.org/10.22409/antropolitica.i.a56483Palavras-chave:
Pentecostalismo, Presença pública, Pentecostaharsh, Liberalismo.Resumo
Este artigo tem o objetivo de analisar o modo como os pentecostais exercem sua presença pública no Brasil, reivindicando um papel de protagonismo na condução dos rumos da nação. Essa forma de presença, que chamo de pentecostaharsh, caracteriza-se principalmente pelo estabelecimento de confrontos. Procedo, então, a uma recapitulação das controvérsias públicas que opuseram líderes pentecostais (sobretudo o pastor Silas Malafaia, principal opositor, no campo evangélico, dos movimentos sociais) e setores progressistas. O recorte temporal vai desde o ano de 2010 – quando Malafaia participou de um programa de televisão em que debateu um projeto de lei que criminalizaria a homofobia – até 2016 – ano da eleição de Marcelo Crivella, bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, para prefeito do Rio de Janeiro. Afirmo ainda que esse modo de presença pública é uma das razões pelas quais testemunhamos o recrudescimento de sensibilidades beligerantes na esfera pública brasileira. Mostro, no entanto, como esse acirramento de afetos públicos não pode ser colocado na conta do pentecostalismo exclusivamente, sendo o próprio enquadramento liberal e a consequente conformação moral da esfera pública variáveis estruturantes dos conflitos devido às contradições inerentes aos seus valores e cânones.
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