O microcomércio doméstico de crack realizado por mulheres pobres, negras e idosas na Favela do Oitão Preto em Fortaleza, Ceará
DOI:
https://doi.org/10.22409/antropolitica2024.v56.i3.a57902Palavras-chave:
Microcomércio de Drogas, Facções Criminosas, Mulheres.Resumo
O artigo resulta de uma etnografia realizada na Favela do Oitão Preto em Fortaleza, Brasil, entre os anos de 2018 e 2019. Analisando o microcomércio de crack, evidenciamos a adesão de grupos anteriormente excluídos ou pouco participantes desse circuito. A partir dessa percepção, buscamos compreender a maneira como mulheres pobres, negras e idosas encontraram condições objetivas para aderir a uma prática microcomercial realizada dentro de suas casas e sem o uso de violência. A análise identificou sociabilidades existentes entre essas mulheres, seus clientes, outros vendedores e policiais, além da maior capilaridade que o comércio de drogas adquiriu nas comunidades e favelas, a partir do fortalecimento das facções criminosas nesses locais. Concluímos que esse microcomércio “doméstico” de crack no Oitão Preto está integrado à rotina diária de algumas mulheres que aderiram a tal prática pela necessidade de dinheiro, bem como devido ao fato de estarem excluídas do mercado formal de trabalho e à certeza da existência de uma clientela para a mercadoria que é o crack.
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