Intercorporeidade, interafetividade e atmosferas: por uma ciência social de “climas”, “vibes” e “danças” interacionais
DOI:
https://doi.org/10.22409/antropolitica2024.v56.i2.a59881Palavras-chave:
Atmosfera Afetiva, Intersubjetividade, Intercorporeidade, Interafetividade, Depressão.Resumo
Este artigo mobiliza o conceito de “atmosferas afetivas” para repensar criticamente a relação entre subjetividades individuais e situações intersubjetivas nas ciências sociais. Na esfera subjetiva, afetos são apresentados como estados experienciais cujo caráter geral e difuso dá a eles a capacidade de impregnar, com sua própria tonalidade, as transações do indivíduo com seu ambiente. Na esfera intersubjetiva, atmosferas afetivas são tomadas como capazes de atravessar e impregnar os estados de afeto dos indivíduos imersos em uma situação social. O trabalho aborda as relações entre afetos individuais e atmosferas afetivas situacionais como empiricamente variáveis, abarcando todo o continuum entre os extremos ideal-típicos da permeabilidade e da impermeabilidade absolutas do indivíduo frente a suas situações. Desenvolvendo os conceitos de “intercorporeidade” e “interafetividade” como constitutivos da ideia de “atmosfera afetiva”, o texto critica concepções demasiado intelectualistas de intersubjetividade nas ciências sociais. Finalmente, as dessintonias afetivas experimentadas por indivíduos em depressão frente às atmosferas de afetos dos seus ambientes são examinadas como um estudo de caso.
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