“Pele alvo”: o suspeito natural. Considerações sobre a prisão injusta do músico Luiz Justino

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/antropolitica2025.v57.i1.a60080

Palavras-chave:

Orquestra de Cordas da Grota, Racismo estrutural, Projeto social, Caso de repercussão.

Resumo

Este artigo analisará um patente paradoxo: a mesma sociedade que apoia e investe em programas e projetos de inclusão social e que pretende, com muitas dessas ações, discutir e reparar historicamente o lugar atribuído à população negra em nossa sociedade é aquela que, sem titubear, ceifa qualquer possibilidade de ascensão e de representatividade dessa mesma população quando posta à prova, como foi o caso de Luiz Justino. Músico integrante da Orquestra de Cordas da Grota – projeto social de ensino de música erudita localizado na Grota do Surucucu, uma “comunidade” da Zona Sul de Niterói, Rio de Janeiro –, Luiz, jovem e negro, sofreu uma injustificável abordagem no centro de Niterói no dia 2 de setembro de 2020 e imediatamente foi conduzido à delegacia, onde ficou detido até ser transferido no dia seguinte para o presídio de Benfica. Em virtude da grande mobilização dos integrantes da Orquestra junto à mídia e aos movimentos sociais comprometidos com o antirracismo, o m úsico teve sua prisão revogada no dia 6 de setembro de 2020 e foi absolvido do processo no dia 9 de junho de 2021. A etnografia que dá base a este artigo foi realizada por meio da observação direta ao acompanhar os ensaios e apresentações da Orquestra, através de entrevistas com os interlocutores do campo e da análise da repercussão do caso na mídia, uma vez que a prisão do músico e seus desdobramentos foram acompanhados por todo o espectro da mídia, configurando-se como um “caso de repercussão”.

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Biografia do Autor

Beatriz Fernandes Coelho Gomes, Universidade Federal Fluminense

Doutoranda e Mestra em Antropologia pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal Fluminense.

Felipe Berocan Veiga, Universidade Federal Fluminense

Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal Fluminense. Professor da Universidade Federal Fluminense. Doutor em Antropologia pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal Fluminense.

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Publicado

2025-01-02

Como Citar

Coelho Gomes, B. F., & Veiga, F. B. (2025). “Pele alvo”: o suspeito natural. Considerações sobre a prisão injusta do músico Luiz Justino. Antropolítica - Revista Contemporânea De Antropologia, 57(1). https://doi.org/10.22409/antropolitica2025.v57.i1.a60080

Edição

Seção

Artigos