Carnaval deCUlonial em Lisboa: piranhagem como prática política queer imigrante

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/antropolitica2024.v56.i2.a60082

Palavras-chave:

Decolonial, Artivismo, Queer, Carnaval, Interseccionalidade.

Resumo

O olhar sobre o “Carnaval deCUlonial“ é construído a partir de um cruzamento entre quatro lentes: corporificação de epistemologias queer, interseccionalidade, carnaval como ocupação do espaço público e deCUlonialidade. Os blocos observados (e vivenciados) em Lisboa são: 1) bloCU; 2) Colombina Clandestina; e 3) bloco sem nome definido, chamado informalmente de Precário. Nosso objetivo é pensar sobre como essas ações desafiam os modos de ser/estar na sociedade portuguesa. Refletimos a partir do termo “piranha“, que, compartilhado por um grupo de agentes realizadores de alguns desses blocos, funciona de forma análoga ao termo queer: um guarda-chuva interseccional, que agrupa variadas corpas em torno da ressignificação de uma ofensa. “Piranha”, porém, vem do sul global e pode apresentar maior potencial para agrupar experiências sudacas, enquanto queer, por ser um termo anglo-americano, ressoa de diferentes maneiras quando viaja por outros contextos (Pelúcio, 2016, p. 126). Também propomos pensar a DeCUlonialidade porque se trata de um fenômeno que aciona o CU no campo social: o primeiro órgão privatizado (Deleuze; Guattari; Preciado apud Sáez; Carrascosa, 2017, p. 12) pelas normativas coloniais e neoliberais como ponto de interseção para a coalizão performática decolonial de várias dissidências em assembleia nas ruas (Butler, 2018, p. 29). De cunho participativo e de quem pensa com (e não sobre) as pessoas (Ingold, 2018, p. 4), nosso olhar autoetnográfico sobre a vivência não é pautado por um princípio de separabilidade do campo, e sim pela participação ativa nas festividades (e suas memórias), na encruzilhada entre agentes, viventes, pesquisadoras e piranhas.

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Biografia do Autor

Gustavo Gustrava, Instituto Universitário de Lisboa

Comunicadora e Ativista. Mestre em Antropologia pelo Instituto Universitário de Lisboa.

Marina Rainho, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade NOVA de Lisboa

Gerente de Projetos e Produtora Audiovisual. Mestre em Antropologia pela Universidade NOVA de Lisboa.

Paulo Raposo, Instituto Universitário de Lisboa

Professor auxiliar no Instituto Universitário de Lisboa. Doutor em Antropologia pelo Instituto Universitário de Lisboa.

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Publicado

2024-08-01

Como Citar

Gustrava, G., Rainho, M., & Raposo, P. (2024). Carnaval deCUlonial em Lisboa: piranhagem como prática política queer imigrante. Antropolítica - Revista Contemporânea De Antropologia, 56(2). https://doi.org/10.22409/antropolitica2024.v56.i2.a60082

Edição

Seção

Dossiê Temático