Antiambientalismo racializado, apropriação privada de terras públicas e resistências no médio São Francisco, Minas Gerais, Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/antropolitica2020.i49.a42130

Palavras-chave:

Povos e Comunidades Tradicionais, Racismo, Antiambientalismo, Terras da União, Médio São Francisco, Desregulação ambiental.

Resumo

O artigo apresenta dados etnográficos e contextuais sobre o processo de caracterização e identificação de terras tradicionalmente ocupadas por comunidades vazanteiras, pescadoras e quilombolas do médio São Francisco, estado de Minas Gerais, Brasil. O objetivo é refletir sobre o fazer antropológico na atual conjuntura política e econômica brasileira, marcada pela emergência de um novo tipo de antiambientalismo de caráter autoritário e racializado, baseado em uma retórica explicitamente estigmatizadora em relação aos povos e comunidades tradicionais, movimentos sociais, pesquisadores e órgãos públicos. Tal retórica, tem sido utilizada como estratégia de convencimento social e como forma de legitimar práticas de desregulamentação ambiental e fundiária. Para tanto, foi realizada pesquisa bibliográfica e documental, trabalho de campo etnográfico e análise situacional para leitura dos processos em andamento durante trabalho de pesquisa. Os dados revelam que está em jogo a apropriação privada pelo segmento ruralista das águas e das áreas inundáveis nas margens do rio São Francisco, que compõem parte dos territórios de diversas comunidades tradicionais e são definidas pela legislação como terras da União e Áreas de Preservação Permanente.

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Biografia do Autor

Felisa Cançado Anaya, Universidade Estadual de Montes Claros

Doutora em Sociologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (2012). Professora da Universidade Estadual de Montes Claros, MG. Faz parte dos programas de pós-graduação em Desenvolvimento Social e Sociedade, Ambiente e Território. Pesquisadora do Núcleo Interdisciplinar de Investigação Socioambiental.

Cláudia Luz de Oliveira, Universidade Estadual de Montes Claros

Mestre em Sociologia pela Universidade Federal de Minas Gerais. Professora da Universidade Estadual de Montes Claros, MG. Integrante do Núcleo Interdisciplinar de Investigação Socioambiental.

Luciana Maria Monteiro Ribeiro, Universidade Estadual de Montes Claros

Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Montes Claros (2012), Mestre em Extensão Rural pela Universidade Federal de Viçosa (2003). Pesquisadora colaboradora do Núcleo Interdisciplinar de Investigação Socioambiental da Universidade Estadual de Montes Claros.

Elisa Cotta de Araújo, Universidade Estadual de Montes Claros

Doutora em Antropologia pela Universidade Federal Fluminense e pesquisadora do Núcleo Interdisciplinar de Investigação Socioambiental da Universidade Estadual de Montes Claros.

Ana Paula Glinfskoi Thé, Universidade Estadual de Montes Claros

Doutora em Ecologia e Recursos Naturais pela Universidade Federal de São Carlos (2003). Professora da Universidade Estadual de Montes Claros. Faz parte dos programas de pós-graduação em Desenvolvimento Social e Biodiversidade e Uso dos Recursos Naturais e do Núcleo Interdisciplinar de Investigação Socioambiental.

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Publicado

2020-08-11

Como Citar

Anaya, F. C., Oliveira, C. L. de, Ribeiro, L. M. M., Araújo, E. C. de, & Thé, A. P. G. (2020). Antiambientalismo racializado, apropriação privada de terras públicas e resistências no médio São Francisco, Minas Gerais, Brasil. Antropolítica - Revista Contemporânea De Antropologia, (49). https://doi.org/10.22409/antropolitica2020.i49.a42130

Edição

Seção

Dossiê Temático