Articulações e tensionamentos do tempo nas Teorias da Comunicação

Autores

  • Ângela Cristina Salgueiro Marques Universidade Federal de Minas Gerais
  • Luis Mauro Sá Martino Faculdade Cásper Líbero

DOI:

https://doi.org/10.22409/contracampo.v36i3.1015

Palavras-chave:

Teorias da comunicação. Tempo. Epistemologia.

Resumo

O tempo, nos estudos de Comunicação, não é explicitamente problematizado em sua dimensão constitutiva dos fenômenos interacionais, ou, mais ainda, como variável de toda a ação e da própria existência. Nota-se, com muita frequencia, sua apreensão enquanto variável histórica delimitadora de determinados aspectos da apreensão social das temporalidades. Em outras palavras, os estudos de Comunicação privilegiam o tempo como história, não como categoria analítica ou mesmo epistemológica. Este artigo tenta desenvolver uma visão específica a respeito das potencialidades e limites da presença do tempo nos processos comunicacionais. A partir da reflexão acerca de dimensões temporais em certas Teorias da Comunicação, percebemos que o tempo é componente de destaque nas formulações conceituais, mas que seus aspectos específicos parecem diluir-se como uma dimensão entre outras dos fenômenos interacionais.

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Biografia do Autor

Ângela Cristina Salgueiro Marques, Universidade Federal de Minas Gerais

Doutora em Comunicação Social pela UFMG e Professora do Departamento de Comunicação dessa mesma instituição, atuando na graduação e Pós-graduação. Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq, PQ-2.

Luis Mauro Sá Martino, Faculdade Cásper Líbero

Professor do PPG em Comunicação da Faculdade Cásper Líbero. Doutor em Ciências Sociais pela PUC-SP.

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Publicado

2017-12-18