Organização coletiva dos trabalhadores no capitalismo de plataforma

Autores

  • Renan Bernardi Kalil Membro do Grupo de Pesquisa Trabalho Escravo Contemporâneo (UFRJ) Membro do Ministério Público do Trabalho https://orcid.org/0000-0001-7883-8151

DOI:

https://doi.org/10.22409/contracampo.v0i0.38570

Palavras-chave:

Organização coletiva, Capitalismo de plataforma, Trabalhadores

Resumo

Este artigo analisa as possibilidades de organização e de ação coletiva dos trabalhadores no capitalismo de plataforma. As características do trabalho sob demanda por meio de aplicativos e do crowdwork criam dificuldades para os trabalhadores expressarem as sua voz e para organizarem mobilizações, negociações e greves. Existem iniciativas de ação coletiva por meio de estruturas tradicionais, como sindicatos e cooperativas. Entretanto, diversas articulações ocorrem por meio de outros instrumentos, como fóruns online, redes sociais e canais de comunicação instantânea. Independentemente do meio escolhido pelos trabalhadores, é essencial garantir a sua participação nos debates sobre a construção de um modelo de proteção social capaz de lhes oferecer condições de trabalho e de vida adequadas.

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Biografia do Autor

Renan Bernardi Kalil, Membro do Grupo de Pesquisa Trabalho Escravo Contemporâneo (UFRJ) Membro do Ministério Público do Trabalho

Doutor em Direito pela Universidade de São Paulo

Membro do Grupo de Pesquisa Trabalho Escravo Contemporâneo (UFRJ)

Procurador do Trabalho

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Publicado

2020-08-26 — Atualizado em 2021-03-07

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