O Jogador da iSaúde:
gamificação como estratégia biopolítica
DOI:
https://doi.org/10.22409/contracampo.v40i3.50256Palavras-chave:
Comunicação e Consumo; Gamificação; Biopolítica; iSaúde.Resumo
Neste artigo, abordamos a apropriação de estratégias de games pelo mercado da saúde, tendo como objetivo problematizar a gamificação como uma estratégia biopolítica. Nesta perspectiva, procuramos entender como as dinâmicas gamificadas mobilizam “convocações biopolíticas” (PRADO, 2013), que produzem subjetividades características de sujeitos neoliberais. Para tanto, utilizamos o website do Labi Exames como material empírico que exemplifica o uso de estratégias de gamificação no mercado da saúde. Quanto à fundamentação teórica, mobilizamos estudiosos da biopolítica, da biomedicalização, da “filosofia neoliberal” e da gamificação – por meio dos quais caracterizamos a “iSaúde” como um contexto marcado pelo deslocamento do poder-saber médico, pelo incentivo ao autodiagnóstico e pela preponderância dos discursos neoliberais no cuidado com o corpo.
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