O Jogador da iSaúde:
gamificação como estratégia biopolítica
DOI:
https://doi.org/10.22409/contracampo.v40i3.50256Palavras-chave:
Comunicação e Consumo; Gamificação; Biopolítica; iSaúde.Resumo
Neste artigo, abordamos a apropriação de estratégias de games pelo mercado da saúde, tendo como objetivo problematizar a gamificação como uma estratégia biopolítica. Nesta perspectiva, procuramos entender como as dinâmicas gamificadas mobilizam “convocações biopolíticas” (PRADO, 2013), que produzem subjetividades características de sujeitos neoliberais. Para tanto, utilizamos o website do Labi Exames como material empírico que exemplifica o uso de estratégias de gamificação no mercado da saúde. Quanto à fundamentação teórica, mobilizamos estudiosos da biopolítica, da biomedicalização, da “filosofia neoliberal” e da gamificação – por meio dos quais caracterizamos a “iSaúde” como um contexto marcado pelo deslocamento do poder-saber médico, pelo incentivo ao autodiagnóstico e pela preponderância dos discursos neoliberais no cuidado com o corpo.
Downloads
Referências
CLARKE, A. et al. Biomedicalization: Technoscientific Transformations of Health, Illness, and U.S. Biomedicine. American Sociological Review, v. 68, p.161-194, Apr. 2003.
DARDOT, Pierre; LAVAL, Christian. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal. São Paulo: Boitempo, 2016.
DELEUZE, Gilles. Conversações. São Paulo: Editora 34, 1992.
FOUCAULT, M. Em defesa da sociedade. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
_____________. O nascimento da biopolítica: curso dado no Collège de France (1978- 1979). Tradução Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
________________. Microfísica do Poder. Organização, introdução e revisão técnica de Roberto Machado. 27 ed. São Paulo: Graal, 2013.
HEPP, Andreas. Deep mediatization. Londres: Routledge, 2019.
HUIZINGA, Johan. Homo ludens. São Paulo: Perspectiva, 2001.
KAPP, K.M. The gamification of learning and instruction: game-based methods and strategies for training and education. San Francisco: Pfeiffer, 2012.
LIPOVETSKY, Gilles. Felicidade paradoxal. 2a ed. São Paulo: Cia das Letras, 2010.
LIPOVETSKY, Gilles & SERROY, Jean. A Estetização do Mundo: viver na era do capitalismo estético. São Paulo: Cia das Letras, 2015.
MAZZILLI, P. Turbinando nossos selfs: um estudo exploratório sobre os aplicativos de autoajuda no cenário brasileiro. 2019, p. 200. Tese (Doutorado em Psicologia Clínica) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2019.
PRADO, José Luiz Aidar. Convocações biopolíticas dos dispositivos comunicacionais. São Paulo: EDUC, 2013.
ROSE, N. Inventando nossos selfs: psicologia, poder e subjetividade. Petrópolis: Vozes, 2011.
_____________. A política da própria vida: biomedicina, poder e subjetividade no século XXI. São Paulo: Paulus, 2013.
SANTAELLA, L. O hiato entre o game e a gamificação. In: SANTAELLA, L. et al. (org). Gamificação em Debate. São Paulo: Blucher, 2018, p. 199-204.
SANTOS, Laymert Garcia dos. Consumindo o futuro. Folha de São Paulo, São Paulo, v. 27, p. 23, 2000.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Tânia M. C. Hoff, Ana Catarina Holtz, Lucas L. Fraga
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os autores retêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de publicar o seu trabalho pela primeira vez sob a licença Creative Commons (CC-BY), que permite o intercâmbio de obras e reconhecimento de autoria na revista.