Os rituais do brincar midiatizado
uma reflexão sobre a articulação de sentidos na produção e no consumo no brincar online da criança conectada
DOI:
https://doi.org/10.22409/contracampo.v40i3.50984Palavras-chave:
Rituais do brincar, Consumo midiatizado, Crianças youtubers, MidiatizaçãoResumo
Percebe-se que as crianças se apropriam progressivamente dos aparatos digitais não apenas para se comunicar e socializar, mas também para brincar. A brincadeira enquanto prática cultural fortemente atrelada às infâncias se modela e, até mesmo, se ressignifica à medida que as possibilidades comunicacionais se alteram. Desse modo, o objetivo deste artigo é pensar sobre os atravessamentos decorrentes do atual contexto midiatizado, de modo a perceber a constituição de outros e, talvez, novos modos de brincar da criança conectada. Para isso, nos debruçamos sobre os rituais de consumo no intuito de compreender como tais ações ritualísticas contribuem para promover e reforçar a midiatização do brincar. Pensar nas brincadeiras das crianças youtubers como dispositivos midiáticos capazes de articular sentidos nos parece um caminho proveitoso para compreender o lugar da criança em suas dimensões midiatizadas, visto que tais práticas possuem a capacidade de promover bens de consumo, orientar e moldar gostos, bem como visões de mundo.
Downloads
Referências
AGAMBEN, Giorgio. O que é o contemporâneo? E outros ensaios. Chapecó: Argos, 2010.
AUTOR, 2014.
AUTOR, 2017.
BROUGÈRE, Gilles. A criança e a cultura lúdica. Faculdade de Educação, São Paulo, v. 24, n. 2, p. 103-116, 1998.
BUCKINGHAM, David. Crescer na era das mídias eletrônicas. São Paulo: Loyola, 2007.
CANCLINI, Nestor Garcia. Consumidores e cidadãos: conflitos multiculturais da globalização. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2015.
CASAQUI, Vander. Por uma teoria da publicização: transformações no processo publicitário. Significação, São Paulo, v. 38, n. 36, p. 131-151, dez. 2011.
CASAQUI, Vander. Publicidade. In: MARCONDES FILHO, Ciro (org.). Dicionário da comunicação. São Paulo: Paulus, 2009.
CASTRO, Gisela. Screenagers: entretenimento, comunicação e consumo na cultura digital. In: BARBOSA, Lívia. (Org.). Juventudes e gerações no Brasil contemporâneo. Porto Alegre: Sulina, 2012, p. 61 – 77.
CGI.BR. Pesquisa sobre o uso de internet por crianças e adolescentes: TIC Kids Online 2019. São Paulo: Comitê Gestor da Internet no Brasil, 2020b.
CORSARO, William. Reprodução interpretativa e cultura de pares. In: MULLER, Fernanda; CARVALHO, Ana Maria. (Org.), Teoria e prática na pesquisa com crianças: diálogos com William Corsaro. São Paulo: Cortez, 2009.
COULDRY, Nick; HEPP, Andreas. Conceptualizing Mediatization: contexts, traditions, arguments. Communication Theory: Munich: ICA, v. 23, Issue 3, 2013, pp. 191-202.
COVALESKI, Rogério. O processo de hibridização da publicidade: entreter e persuadir para interagir e compartilhar. Tese (Doutorado em Comunicação e Semiótica) - PUC-SP, São Paulo, 2010.
CRAVEIRO, Pâmela.; BRAGAGLIA, Ana Paula. Regulação da publicidade infantil no Brasil: a publicidade após a resolução 163 do Conanda. In: ALCÂNTARA, Alessandra.; GUEDES Brenda. (orgs.). Comunicação e infância: processos em perspectiva. São Paulo: Pimenta Cultural, p. 62-94, 2017.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. 25º ed. São Paulo: Graal, 2012.
HENRIQUE, Isabella.; VIVARTA, Veet. (Orgs.). Autorregulação da publicidade infantil no Brasil e no mundo. São Paulo: Verbatin: Instituto Alana, 2017.
HJARVARD, Stig. Midiatização: teorizando a mídia como agente de mudança social e cultural. Matrizes, São Paulo, v. 5, n. 2, p. 53-91, jan./jun. 2012.
JORGE, Ana; MARÔPO, Lidia; NUNES, Thays. ‘I am not being sponsored to say this’:
a teen youtuber and her audience negotiate branded content. Observatório.[Special issue on The co-option of audiences in the attention economy], p. 76-96, 2018.
KHAMIS, Susie; ANG, Lawrence; WELLING, Raymond. Self-branding, micro-celebrity and the rise of social media influencers. Celebrity Studies. v. 8, p. 191-208, 2017.
MARWICK, Alice. Status update: celebrity, publicity and self-branding in web 2.0. Tese de Doutorado, New York University, New York, USA, 2010.
McCRACKEN, Grant. Cultura e Consumo: novas abordagens ao caráter simbólico dos bens e das atividades de consumo. Rio de Janeiro: Mauad, 2003.
PEIRANO, Mariza. Rituais ontem e hoje. Rio de Janeiro: Zahar, 2003.
ROCHA, Everardo. Culpa e prazer: imagens do consumo na cultura de massa. Comunicação, Mídia e Consumo. São Paulo, v. 2, n. 3, p. 123-138, mar. 2005.
SARMENTO, Manuel. Jacinto. As culturas da infância nas encruzilhadas da 2ª modernidade. In: SARMENTO, Manuel Jacinto; CERISARA, Ana Beatriz. Crianças e miúdos: perspectivas sociopedagógicas da infância e educação. Porto, Portugal: Edições ASA, 2004.
THOMPSON, John. A interação mediada na era digital. Matrizes. São Paulo, v.12, n. 3, p. 17-44, set/dez. 2018.
TRINDADE, Eneus. Entre mediações e midiatizações do consumo: uma perspectiva latino-americana. In: TRINDADE, Eneus; LACERDA, Juceano de Sousa; FERNANDES, Mário Luiz. (orgs.). Entre comunicação e mediações: visões teóricas e empíricas. São Paulo: ECA-USP, 2019; Paraíba: Ed. UEPB, 2019.
VIANA, Pablo. Publicidade que entretém. A circulação transbordante de conteúdos de marca. Curitiba: Appris, 2018
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Marcelo Andrade, Clotilde Perez

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os autores retêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de publicar o seu trabalho pela primeira vez sob a licença Creative Commons (CC-BY), que permite o intercâmbio de obras e reconhecimento de autoria na revista.