“Nosso corpo é nossa arma”: performatividades rítmicas e corpografias decoloniais no filme Swingueira
DOI:
https://doi.org/10.22409/contracampo.v41i1.52116Palavras-chave:
Decolonialidade, corpo, dança, swingueira, performanceResumo
O presente artigo desenvolve uma análise sobre as práticas corpográficas decoloniais e de performatividades a partir da enunciação de identidades individuais e coletivas da dança swingueira. A análise do documentário Swingueira nos possibilita investigar as estratégias de contestação e de inscrição de corpos insurgentes, que passam a vivenciar a música a partir de estratégias de escapismos que ocorrem nas bordas da cultura popular e dos imaginários de autenticidade nacionais e regionais. O objetivo é inter-relacionar imagens e narratividades presentes na construção dessas identidades corporais sob categorias como territorialidade, trauma e fuga. Os resultados nos permitem compreender como a swingueira tenciona, para além de um movimento artístico, a autoinscricão de vivências, violências e disputas em corpos dissidentes que contestam o regime colonial e racializado de representação.
Downloads
Referências
BERNARDINO-COSTA, Joaze; GROSFOGUEL, Ramón. Decolonialidade e perspectiva negra. Revista Sociedade e Estado, v.31, n.1, 2016.
BONA, Dénètem Touam. Cosmopoéticas do refúgio. Florianópolis: Cultura e Barbárie, 2020.
______. A arte da fuga: dos escravos fugitivos aos refugiados. Oficina Imaginação Política, OIP, 2017.
BRASILEIRO, Castiel Vitorino. Exú Tranca-Rua das Almas. Ehcho, 2020.
CHAGAS, Ledson. Corpo, dança e letras: em estudo sobre a cena musical do pagode baiano e suas mediações. Dissertação (mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade da Universidade Federal da Bahia (UFBA), 2016.
CHARADA. Isaac Charada: depoimento [2020]. Entrevista concedida ao documentário Swingueira (2020). Direção: Bruno Xavier, Roger Pires, Yargo Gurjão e Felipe de Paula. Documentário. Brasil: Nigéria Filmes, 2020.
DUSSEL, Enrique. Transmodernidade e interculturalidade: interpretação a partir da filosofia da libertação. Revista Sociedade e Estado, v. 31, n.1, 2016.
FERNANDES, Cíntia Sanmartin; OLIVEIRA, Hugo Silva de; BARROSO, Flávia Magalhães. Os Relíquias do Passinho: táticas e performances do corpo que dança. Esferas, n. 19, 2020.
FERREIRA DA SILVA, Denise. Ler a arte como confronto. Logos, v. 27, n. 3, 2020.
GENETTE, Gerard. Discurso da Narrativa. Lisboa: Arcádia, 1976.
GLISSANT, Édouard. Pela opacidade. Revista Criação & Crítica, n.1, 2008.
GONÇALVES, F. do N. Arte, ativismo e tecnologias de comunicação nas práticas políticas contemporâneas. Contemporânea, v. 10, n. 2, p. 178-193, 2012.
HALL, Stuart. Cultura e representação. Tradução: Daniel Miranda e William Oliveira. Rio de Janeiro, RJ: Ed. PUC-Rio: Apicuri, 2016.
hooks, bell. Intelectuais negras. Estudos Feministas, v. 3, n. 2, p. 464-469, 1995.
_________. Olhares negros: raça e representação. São Paulo: Elefante, 2019.
KILOMBA, Grada. Memórias da Plantação: episódios de racismo cotidiano. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.
LEBLANC, Paola Barreto; AMORIM, Lucas Brasil Vaz. Corpos dissidentes afro-diaspóricos e suas poéticas contemporâneas no espaço urbano. Revista Prumo, v. 4, n.7, 2019.
LEPECKI, André. O corpo colonizado. Revista Brasil. Gesto Coreográfico do Rio de Janeiro, n.2, v.6, 2003.
LINDGAARD, Jade. Artivisme. In Revue Vacarme # 30, Printemps 2005.
LLOYD, David. Under representation: The racial regime of aesthetics. Fordham Univ Press, Nova York, 2019.
LUGONES, María. Rumo a um feminismo descolonial. Estudos Feministas, v.22, n.3, 2014.
MBEMBE, Achille. Necropolítica: biopoder, soberania, estado de exceção, política de morte, São Paulo: n-1 edições, 2018.
MIGNOLO, Walter. Aiesthesis Decolonial. Calle14, v.4, n.4, 2010.
______. Colonialidade: o lado mais escuro da modernidade. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v.32, n.94, 2017.
MOMBAÇA, Jota. A plantação cognitiva. In: MESQUISTA, André; LEWIS, Mark. Arte e descolonização. São Paulo: MASP/Afterall, 2020.
_______. Entrevista dada ao canal do Youtube África nas Artes, abril/2018. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=j_EwTemsK8Q. Acesso em: 20 set. 2021.
_______. Não vão nos matar agora. Rio de Janeiro: Cobogó, 2021.
OLIVEIRA, Luciana Xavier de. A cena musical da Black Rio: estilos e mediações nos bailes soul dos anos 1970. Salvador: EDUFBA, 2018.
PINHEIRO, Érika do Nascimento. Candomblé nagô de Salvador: identidade e território no Oitocentos. ANPUH – XXV Simsósio Nacional de História. Anais do [...], Fortaleza, 2009.
RAMOS-SILVA, Luciene. A dança dos outros - imaginação diaspóricas para interpelar o mundo. Moringa Artes do Espetáculo, v.10, n.2, 2019.
RODRIGUES, Fernando. DO SAMBA DE RODA AO PAGODE BAIANO: um percurso de performances erótico-dançantes e de prazeres fraternal e profissional em Salvador. CADERNOS DE ESTUDOS CULTURAIS, v. 2, n. 24, p. 89-116, 2020.
SÁ, Simone Pereira de; JANOTTI JUNIOR, Jader. Cenas Musicais. Guararema, SP: Anadarco, 2013.
SALES, Michelle; LANÇA, Marta. A matriz colonial de poder e o campo da arte: e nós? Como existir? Como re-existir? Vazantes, v.3, n.1, 2019.
SANTANA, Jáder. Agarradinho, bem juntinho, coladinho. O Povo. Data publicação: 07 jul. 2018. Disponível em: < https://www.opovo.com.br/jornal/vidaearte/2018/07/agarradinho-bem-juntinho-coladinho.html>. Acesso em: 08 jul. 2021.
SANTOS, Adailson Costa dos Santos. Performance e quadrilha junina: uma relação entre Richard Schechner e Quadrilhas Juninas da Paraíba. IAÇÁ: Artes da Cena, v.1, n.1, 2018.
SILVA, Luciane da. Corpo em diáspora: colonialidade, pedagogia de dança e técnica Germaine Acogny. Tese (doutorado). Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Artes. Campinas, SP: 2018.
SOARES, Thiago. Conveniências performáticas num show de brega no Recife: Espaços sexualizados e desejos deslizantes de piriguetes e cafuçus. Logos: Comunicação e Universidade, v. 19, n.1, 2012.
SODRÉ, Muniz. Cultura, corpo e afeto. Dança, v.3, n.1, 2014.
______. O terreiro e a cidade: a forma social negro-brasileira. Rio de Janeiro: Imago; Salvador: Fundação Cultural do Estado da Bahia, 2002.
STRAW, Will. Cenas culturais e as consequências imprevistas das políticas públicas. In: SÁ,
SWINGUEIRA. Direção: Bruno Xavier, Roger Pires, Yargo Gurjão e Felipe de Paula. Documentário. Brasil: Nigéria Filmes, 2020.
TLOSTANOVA, Madina. La aesthesis trans-moderna en la zona fronteriza eurasiástica y el anti-sublime decolonial. Calle 14: Revista de Investigación en el campo del arte, v.5, n.6, 2011.
VIANNA, Hermano. Funk e cultura popular carioca. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v.3, n.6, 1990.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Ítalo Rômany de Carvalho Andrade, Daniel Meirinho
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os autores retêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de publicar o seu trabalho pela primeira vez sob a licença Creative Commons (CC-BY), que permite o intercâmbio de obras e reconhecimento de autoria na revista.