“Não basta ser pai, tem que participar”? Presenças e ausências do masculino no cuidado com os filhos em anúncios de produtos para bebês no Instagram
Presence and absence of men in childcare in baby product ads on Instagram
DOI:
https://doi.org/10.22409/contracampo.v41i3.53494Palavras-chave:
Comunicação, Instagram, Publicidade, Gênero, ParentalidadeResumo
O que propagandas de produtos para bebês dizem sobre o lugar de pais e mães no cuidado com os filhos? Este texto delineia alguns aspectos da questão a partir de uma perspectiva de gênero, pautado no trabalho de Corrêa (2011). Foram analisadas 423 postagens de produtos das marcas Huggies e Neslac na rede social Instagram, entre janeiro de 2020 e dezembro de 2021, destacando a representação de pais e mães. A análise sugere que (a) pais aparecem em 19 posts, 4,49% do total; (b) sua presença está associada à diversão; (c) apenas uma imagem mostra o pai cuidando do bebê. Embora o lugar de mulheres e homens esteja mudando, a adaptação da publicidade a esse contexto ainda é tímida. Esses dados são analisados a partir de estudos de gênero e identidade.
Downloads
Referências
BACHELARD, Gaston. A poética do espaço. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
BAUMAN, Zygmund. Identidade. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.
BRUSCHINI, Maria C. A.; RICOLDI, Arlene M. Revendo estereótipos: o papel dos homens no trabalho doméstico. Estudos Feministas, no. 20, Vol. 1, jan-abr. 2012, pp. 259-287.
BUITONI, Dulcília. Revistas femininas: ainda somos as mesmas, como nossas mães. Revista Communicare. Vol. 14, 2014.
BUTLER, Judith. Gender trouble. Londres: Routledge, 2007.
CHANG, Chingching. Cultural masculinity/femininity influences on advertising appeals. Journal of Advertising Research, Setembro 2006, pp. 315-323.
CONNELL; Robert W.; MESSERSCHMIDT, James W. Masculinidade hegemônica: repensando o conceito. Estudos feministas, Vol. 21, no. 1, jan.-abr. 2013, pp. 241-282.
CORRÊA, Laura G. Mães cuidam, pais brincam. Normas, valores e papéis na publicidade de homenagem. Belo horizonte: UFMG, 2011 (Doutorado em Comunicação).
CORRÊA, Laura G. Mães cuidam, pais brincam: bastidores e metodologias de uma pesquisa. Contracampo, Vol. 28, no. 1, 2013, pp. 136-154.
COURTNEY, Jennifer. Real men do housework: ethos and masculinity in contemporary domestic advice. Rethoric Review, Vol. 28, no. 1, 2009, pp. 66-81.
ESCOSTEGUY, A. Stuart Hall e feminismo: revisitando relações. São Paulo: Revista Matrizes, v. 10, 2016.
GABRIEL, Marília R.; DIAS, Ana Cristina G. Percepções sobre a paternidade: descrevendo a si mesmo e ao próprio pai como pai. Estudos de Psicologia, Vol. 16, no. 3, ser-dez. 2011, pp. 253-261.
GOMES, Aguinaldo J. S.; RESENDE, Vera R. O pai presente. Psicologia: Teoria e Pesquisa. Vol. 20, no, 2, Maio-Agosto 2004, pp. 119-125.
HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. São Paulo: DP&A, 2013.
HALL, S. Quem precisa de identidade? In: SILVA, T. T. Identidade e Diferença. Petrópolis: Vozes, 2011.
HENNIGEN, Inês; GUARESCHI, Neuza M. F. A paternidade na contemporaneidade: um estudo de mídia sob a perspectiva dos estudos culturais. Psicologia & Sociedade, Vol. 14, no. 1, jan-jun. 2002, pp. 44-68.
MARTINO, Luís M. S. Comunicação e Identidade. São Paulo: Paulus, 2010.
MENDONÇA, R. F. E CAL, D. G. Quem pode falar no Facebook? O autocontrole em um grupo sobre o Plebiscito acerca da divisão do Estado do Pará. Revista Debates (UFRGS), v. 6, p. 109-128, 2012.
MOISIO; Risto; ARNOULD, Eric; GENTRY, James W. Productive consumption in the class-mediated construction of domestic masculinity. Journal of Consumer Research, Vol. 40, no. 1, agosto 2013, pp. 298-316.
MOREIRA, Lisandra E.; TONELI, Maria J. F. Paternidade responsável: problematizando a responsabilização paterna. Psicologia & Sociedade, no. 25, Vol. 2, 2013, pp. 388-398.
PERUCCHI, Juliana; BEIRÃO, Aline M. Novos arranjos familiares: paternidade, parentalidade e relações de gênero sob o olhar de mulheres chefes de família. Psicologia Clínica, Vol. 9, no. 2, 2007, pp. 57-69.
RONSINI, V. & SIFUENTES, L. O que a telenovela ensina sobre ser mulher? Reflexões acerca das representações femininas. Porto Alegre: Revista FAMECOS, v.18, 2011.
SHUGART, Helene. Managing masculinities: the metrosexual movement. Communication and critical/cultural studies. Vol. 5, no. 3, set. 2008, pp. 280-300.
SILVA, Fernanda C. F.; MACEDO, Mônica M. K. A escuta do masculino na clínica psicanalítica contemporânea. Psicologia: teoria e pesquisa, Vol. 28, no. 2, Abr-jun. 2012, pp. 205-217.
SILVA, Keliny; COVALESKI, Rogério. Indícios de uma possível reconfiguração do papel da comunicação publicitária frente à demanda por práticas socialmente responsáveis. Revista Ícone. Recife, Vol. 17. 2019.
SILVA, Milene R.; PICCININI, Cesar A. Sentimentos sobre a paternidade e o envolvimento paterno. Estudos de Psicologia, Vol. 24, no. 4, out-dez. 2007, pp. 561-573.
SILVA, Sérgio G. A crise da masculinidade. Psicologia, Ciência e Profissão, no. 26, Vol. 1, 2006, pp. 118-131.
SWENSON, Rebecca. Domestic Divo? Critical studies in media and communication. Vol. 26, no.1, mar. 2009, pp. 36-53.
TORTAJADA, Ines; ARAÜNA, Naria; MARTINEZ, I. Advertising stereotypes and gender representation on social networking sites. Comunicar, Vol. 21, no. 41, 2013, pp. 177-186.
VAVRUS, Mary D. Domesticating patriarchy. Critical studies in media and communication. Vol. 19, no, 3, setembro 2002, pp. 352-375.
VON EICKEN, Verena. Masculinity in crisis? New Cinemas, VOl. 12, no. 1-2, 2014, pp. 79-96.
WELZER-LANG, Daniel. A construção do masculino: dominação das mulheres e homofobia. Estudos Feministas, Vol. 9, no. 2, 2001, pp. 460-483.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Luis Mauro Sa Martino, Carolina Tonussi
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os autores retêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de publicar o seu trabalho pela primeira vez sob a licença Creative Commons (CC-BY), que permite o intercâmbio de obras e reconhecimento de autoria na revista.