Terra Estrangeira: "as cores do desterro" da era Collor

Authors

  • Denise Lopes

DOI:

https://doi.org/10.22409/contracampo.v0i04.416

Abstract

Terra Estrangeira, realizado em 1995, foi o primeiro filme brasileiro da safra pós-Collor a colocar o dedo diretamente na ferida sobre a condição de estrangeiro em que nos encontrávamos logo após o início do governo Collor, em 1990. Esse "estrangeirismo" de quem não se reconhece mais em seu próprio solo, não faz mais parte, não percebe perspectivas de ser, brechas de se estar, será representado esteticamente no filme de diversas formas, mas, principalmente, através de uma belíssima fotografia em preto e branco de Walter Carvalho, que se insere, literalmente, quase que como mais um personagem, no contexto do filme, preservando elementos ora amplos, ora dissonantes. como forma de expor sentimentos de perda, vazio, delírio e desterro. A narrativa é, em tom poético, também fragmentada. E algumas destas primeiras medidas decretadas por Collor, como o confisco da poupança, anunciado de uni aparelho de tevê pela então Ministra Zélia Cardoso de Mello, vão mesmo servir de ponto de partida para o desenrolar da história.

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