Articulação temporal e essência narrativa: o jornalismo para além do tempo presente
DOI:
https://doi.org/10.22409/contracampo.v37i3.19453Keywords:
Tempo, Presente, Futuro, Jornalismo, NarrativaAbstract
Este artigo apresenta reflexões iniciais sobre a essência do tempo no jornalismo a partir de ponderações apoiadas na filosofia de Husserl, Heidegger, Arendt e Ricoeur e ainda tendo como aporte fundamental as especulações de Koselleck, Gadamer e Hartog no campo da história, mas, sobretudo, na observação, dos usos que o jornalismo faz do tempo em sua narrativa. A intenção é mostrar que o tempo prioritário do jornalismo não é mais o presente. O exercício interpretativo realizado nas narrativas sobre o impeachment da Presidenta Dilma Rousseff no jornal O Globo, e, baseado na circularidade hermenêutica de Heidegger; aponta para uma nova articulação temporal no jornalismo do século XXI, em que o presente não é mais o protagonista e sim o futuro, que surge como horizonte de uma busca incessante.
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