Flagrantes e anúncios: temporalidades em perspectiva na revista ilustrada Fon-Fon!
DOI:
https://doi.org/10.22409/contracampo.v38i3.27173Keywords:
Modernidade, revistas ilustradas, temporalidade, propagandas, colunas sociais.Abstract
A partir do pressuposto de que a comunicação é uma prática social, propomos compreender a relação entre cultura midiática e vida moderna, aqui pensada sob os aspectos da temporalidade, buscando o passado como ferramenta para entender o presente. No presente artigo, tomaremos as revistas ilustradas como construtoras do espetáculo da cidade e da encenação da modernidade, traduzindo para os leitores as formas de sociabilidade adequadas à época e atuando como mediadoras nessa fase de transição. O nosso corpus será composto de 12 edições da Fon-Fon!, publicadas em 1908. Tomaremos as seções “Na Calçada” e “O Rio Elegante”, bem como algumas propagandas, como objetos da análise.
Downloads
References
Referências
ALENCASTRO, Luiz Felipe. “Vida privada e ordem no Império”. In: História da vida privada no Brasil: Império. Volume 2. Coord. Fernando A. Novais. Org. Luiz Felipe de Alencastro. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. p. 11-94.
ARAÚJO, Rosa Maria Barboza. A vocação do prazer. A cidade e a família no Rio de Janeiro republicano. Rio de Janeiro: Rocco, 1993.
ASSIS, Machado. Esaú e Jacó. Memorial de Aires. São Paulo, Editora Nova Cultural, 2003 [1904;1908].
ASSIS, Machado de. História de Quinze Dias (1876-1878). Org. e introdução de Leonardo de Miranda Pereira, s/d (mimeo).
ASSIS, Machado de. Capítulo do Chapéu. In: Volume de contos. Rio de Janeiro: Garnier, 1884.
BARBOSA, Marialva. História da Comunicação no Brasil. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.
BARBOSA, Marialva. Percursos do olhar: comunicação, narrativa e memória. Niterói, RJ: EdUFF, 2007.
BAUDELAIRE, Charles. O pintor da vida moderna. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2010 [1863].
BECKER, Howard S. Falando da sociedade. Ensaios sobre as diferentes maneiras de representar o social. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, 2009.
BENJAMIN, Walter. Charles Baudelaire. Um lírico no auge do capitalismo. Obras escolhidas III. São Paulo: Editora Brasiliense, 1989.
BERMAN, Marshall. Tudo o que é sólido desmancha no ar. A aventura da modernidade. São Paulo: Companhia das Letras, 1986.
BROCA, Brito. A vida literária no Brasil – 1900. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Cultura, 1956.
CHARNEY, Leo. “Num instante: o cinema e a filosofia da modernidade”. In: CHARNEY, Leo & SCHWARTZ Vanessa R. (orgs.). O cinema e a invenção da vida moderna. São Paulo: Cosac Naify, 2004.
EDMUNDO, Luiz. O Rio de Janeiro do meu tempo. Brasília: Edições do Senado Federal, 2003 [1938].
ELIAS, Norbert. O processo civilizador, volume 1: Uma História dos Costumes. 2ª ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2011 [1939].
GOFFMAN, Erving. Comportamentos em lugares públicos. Petrópolis: Vozes, 2010 [1963].
KOSELLECK, Reinhart. Estratos do tempo. Estudos sobre história. Rio de Janeiro: Contraponto: Puc-Rio,2014.
________. Futuro Passado. Contribuição à semântica dos tempos históricos. Rio de Janeiro: Contraponto, Editora Puc-RJ, 2006.
LENZI, Gabriela Poltronieri. Da proteção à moda: o chapéu como elemento distintivo. Anais do 5º ENP – Encontro Nacional de Pesquisa de Moda. Universidade FEEVale, Rio Grande do Sul, 2015.
LEVY, Ruth. Entre palácios e pavilhões. A arquitetura efêmera da Exposição Nacional de 1908. Rio de Janeiro: EBA Publicações, 2008.
MAUAD, Ana Maria. “Imagem e auto-imagem do Segundo Reinado”. In: História da vida privada no Brasil - Império: a corte e a modernidade nacional. Volume 2. Coord. Fernando A. Novais. Org. Luiz Felipe de Alencastro. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. p. 181-232.
_________. Na mira do olhar: um exercício de análise da fotografia nas revistas ilustradas cariocas, na primeira metade do século XX. In: Anais do Museu Paulista. São Paulo. v.13. n.1. p. 133-174. jan-jun. 2005.
MEDEIROS, Maria Carolina E. Regras de convivência: um estudo sobre etiqueta e manuais de civilidade no Brasil. Dissertação (mestrado). Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Comunicação Social, 2017.
________, PORTER, Melba. Civilidade e modernidade: narrativas e mediações no Rio de Janeiro dos séculos XIX e XX. Artigo aceito no Poscom 2018. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, 2018.
NEVES, Margarida de Souza. Brasil, acertai vossos ponteiros. Rio de Janeiro: Museu de Astronomia, 1991.
PADILHA, Marcia. A cidade como espetáculo: publicidade e vida urbana na São Paulo dos anos 20. São Paulo: Annablume, 2001.
PAZ, Otavio. Os filhos do barro: do romantismo à vanguarda. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1974.
PECHMAN, Robert Moses. “De cividades e incivilidades”. Revista Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Laboratório de Políticas Públicas/UERJ, maio-ago. 2003.
ROCHA, Everardo. Magia e capitalismo: um estudo antropológico da publicidade. 4ª edição. São Paulo: Brasiliense, 2010 [1985].
SEVCENKO, Nicolau. “A capital irradiante: técnicas, ritmos e ritos do Rio”. In: NOVAIS, Fernando A. & SEVCENKO, Nicolau (org). História da Vida Privada no Brasil. Volume 3: República: da Belle Époque à Era do Rádio. São Paulo: Companhia das Letras, 2002 [1998].
SICILIANO, Tatiana Oliveira. O Rio de Janeiro de Artur Azevedo: cenas de um teatro urbano. Rio de Janeiro: Mauad X: FAPERJ, 2014.
SICILIANO, Tatiana Oliveira. A cultura das mídias e a experiência urbana na Belle Époque carioca. XXV Encontro Anual da Compós. Universidade Federal de Goiás. Goiânia, junho de 2016.
SCHORSKE, Carl E. Viena Fin-de-Siècle. Política e Cultura. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
SILVERSTONE, Roger. Por que estudar a mídia? São Paulo: Ed. Loyola, 2014. 4a ed.
SIMMEL, Georg. As grandes cidades e a vida do espírito. Mana 11(2): 577-591, 2005 [1903].
SIMMEL, Georg. Filosofia da moda. Lisboa: Edições Texto & Grafia, 2008 [1905].
VELLOSO, Monica Pimenta. “Sensibilidades modernas: as revistas literárias e de humor no Rio da Primeira República”. In: LUSTOSA, Isabel (org.). Imprensa, História e Literatura. Rio de Janeiro: Edições Casa de Rui Barbosa, 2008.
Downloads
Published
Issue
Section
License
The authors retain copyright and grant the journal the right to publish their work for the first time under the Creative Commons licence, which allows the exchange of academic work and recognition of authorship in the journal.