Entre memória forjada e lugar de memória: Feira de São Cristóvão e tradição

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.22409/contracampo.v37i3.19449

Palabras clave:

Memória, Tradição, Nordeste, Feira de São Cristóvão

Resumen

Localizada na cidade do Rio de Janeiro, a Feira de São Cristóvão se propõe a ser um espaço que reproduz algumas características do Nordeste brasileiro. A flanação naquele espaço apontou para uma ambientação construída a partir de memórias forjadas, de modo a criar e manter uma tradição fixa e, muitas vezes, confusa, devido aos elementos híbridos que circulam por lá. Tratamos neste texto de memória e tradição, segundo proposições de Ricoeur (2007; 2010b), e de lugares de memória embasados por Nora (1984, 1993), para refletir sobre as narrativas que são tecidas pela Feira de São Cristóvão. Percebemos que a Feira, ao selecionar elementos que comporiam as dimensões culturais e geográficas do Nordeste, opera mais com referências estereotipadas do que com a diversidade dessa região brasileira.

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Biografía del autor/a

Carlos Alberto Carvalho, Universidade Federal de Minas Gerais

professor adjunto do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal de Minas Gerais, na graduação e no Programa de Pós-Graduação em Comunicação, onde desenvolve pesquisas sobre Jornalismo, Narrativa, Aids, Homofobia e Relações de Gênero, com financiamentos da Fapemig, da Capes e do CNPq. É um dos coordenadores do Grupo de Estudos Tramas Comunicacionais: Narrativa e Experiência, com artigos publicados em periódicos e capítulos de livros, além de livros publicados individualmente, em colaboração e como organizador, no Brasil e no exterior. Doutor em Comunicação pela Universidade Federal de Minas Gerais e pós-doutor pela Universidade do Minho, Portugal. Dentre os livros publicados estão Visibilidades mediadas nas narrativas jornalí­sticas - a cobertura da Aids pela Folha de S. Paulo de 1983 a 1987. São Paulo: Annablume, 2009; Jornalismo, homofobia e relações de gênero. Curitiba: Editora Appris, 2012; Jornalismo e homofobia: mapeamentos e reflexões. São Paulo: Intermeios Casa de Artes e Livros, 2012, publicação conjunta com Brunos Souza Leal; Jornalismo: cenários e encenações. São Paulo: Intermeios Casa de Artes e Livros, 2012, publicação conjunta com Mozahir Salomão Bruck; e Textualidades mediáticas. Barcelona: Editorial UOC, 2017, publicação organizada com Bruno Souza Leal e Geane Carvalho Alzamora. Pesquisador 2 do CNPq (Bolsa Produtividade).

Maria Gislene Carvalho Fonseca, Universidade Federal de Minas Gerais

Doutoranda em Comunicação Social pela UFMG. Mestre em Estudos da Mí­dia (UFRN). Jornalista (UFC). Membro dos grupos de pesquisa Tramas Comunicacionais e Cátedra Internacional José Saramago.

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Publicado

2018-12-28