Irmandade do Rosário dos Homens Pretos da Penha

O corpo no rito e na festa enquanto mídia de resistência e preservação da memória

Autores

  • Juliana Ayres Pina Universidade Paulista https://orcid.org/0000-0001-6474-3098
  • Sandra Maia Universidade Paulista
  • Maurício Ribeiro da Silva Universidade Paulista

DOI:

https://doi.org/10.22409/contracampo.v41i3.52920

Palavras-chave:

Irmandade do Rosário dos Homens Pretos da Penha, mídia primária, corpo

Resumo

Partindo de observação participante, o presente artigo investiga como os rituais e festejos mantiveram viva a irmandade do Rosário dos Homens Pretos da Penha, na zona leste de São Paulo, desde o século XVIII. Para tanto, recorre ao conceito de mídia a partir de Harry Pross, para quem toda comunicação começa e termina no corpo, também discorre sobre a importância da transmissão oral na comunicação popular e comunitária para preservação da memória e resistência às lutas e enfrentamentos impostos à irmandade para manifestação de sua fé. O texto conta ainda com o aporte teórico de Peruzzo, Paiva, Baitello Jr. e Downing, além de contribuições de autores da história e da antropologia como Cezerillo, Quintão, Toledo, Eliade e Bâ.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Sandra Maia, Universidade Paulista

Doutoranda em comunicação pela Universidade Paulista Unip atuou como docente e coordenou até dez-2019 os cursos: Tecnologia em Eventos e Bacharelado em Hotelaria no Centro Universitário Senac Santo Amaro. Mestre em comunicação pela Universidade Paulista Unip é formada em comunicação social com pós graduação em Administração de Marketing. Participou de grupos de estudo para o desenvolvimento pessoal e aprendizagem, como o Pathwork Group, e é também pós-graduada em Yoga. Concluiu o curso de Aperfeiçoamento em Fundamentos da Psicanálise no Instituto Sedes Sapientiae em 2013. É escritora, colunista, palestrante e atua como consultora de comunicação e marketing. Escreve sobre os temas: economia do compartilhamento, comunicação, psicologia aplicada, amor e felicidade.

Maurício Ribeiro da Silva, Universidade Paulista

Doutor e Mestre em Comunicação e Semiótica (PUC-SP, 2007 e 2000) e Arquiteto e Urbanista (EESC-USP, 1992) . Professor Titular do Programa de Pós-graduação em Comunicação da UNIP (São Paulo - SP). Foi Diretor de Planejamento de Ensino do Centro Universitário de Maringá (CESUMAR) em Maringá (PR), Assessor da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários da Universidade Cruzeiro do Sul (São Paulo - SP) e Pró-Reitor Acadêmico do Centro Universitário Módulo (Caraguatatuba - SP). Atualmente vinculado ao Grupo de Pesquisas Mídia e Estudos do Imaginário, foi pesquisador, diretor financeiro e diretor presidente do Centro Interdisciplinar de Semiótica da Cultura e da Mídia. Tem experiência nas áreas de Comunicação em questões relacionadas a imagem e cultura e Gestão Acadêmica

Referências

ARROYO, Leonardo. Igrejas de São Paulo. Rio de Janeiro: José Olympio, 1954.

BÂ, Amadou Hampaté. A noção de pessoa na África Negra. Tradução para uso didático de: HAMPÂTÉ BÂ, Amadou. La notion de personne en Afrique Noire. In: DIETERLEN, Germaine (ed.). La notion de personne en Afrique Noire. Paris: CNRS, 1981, p. 181-192, por Luiza Silva Porto Ramos e Kelvlin Ferreira Medeiros. Disponível em: https://www.palasathena.org.br/downloads/amadou_hampat%C3%A9_b%C3%A2_ano%C3%A7%C3%A3odepessoana%C3%A1fricanegra.pdf. Acesso em: 20 set.2021.

BÂ, Amadou Hampaté. Amkoullel, o Menino Fula. São Paulo: Palas Athenas, 2003.

BAITELLO JR, Norval. A mídia antes da máquina. JB online, Caderno idéias. 16 de outubro de 1999. Disponível em: http://cisc.org.br/portal/index.php/pt/biblioteca/viewdownload/7-baitello-junior-norval/4-a-midia-antes-da-maquina.html.

BAITELLO JR, Norval. Corpo e imagem: Comunicação, ambientes e vínculos. São Paulo: Summus, 2008.

BAITELLO JR, Norval. O tempo lento e o espaço nulo. Mídia Primária, Secundária e Terciária. Texto apresentado no Grupo de Trabalho - GT Comunicação e Cultura, durante o IX encontro anual da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação - COMPÓS. Porto Alegre, 2000. Publicado em: FAUSTO NETO, Antônio et al. (Org). Interação e sentidos no ciberespaço e na sociedade. Porto Alegre, EDIPUCRS, 2001. Disponível em: https://www.cisc.org.br/portal/index.php/pt/biblioteca/view.download/7-baitello-junior-norval/10-o-tempo-lento-e-o-espaco-nulo-midia-primaria-secundaria-e-terciaria.html. Acesso em: 20 set.2021.

BONTEMPI, Silvio. O bairro da Penha. São Paulo: Departamento de Cultura da Secretaria de Educação e Cultura da Prefeitura do Município de São Paulo, 1969.

BORGES, Rosangela Ferreira de Carvalho. Axé Madona Achiropita. São Paulo: Pedro & João, 2013.

CEZERILLO, Antonia Quintão. A cidade e suas histórias. São Paulo: Lazzuli, 2005.

CONDEPHAAT. Disponível em: http://condephaat.sp.gov.br/benstombados/igreja-de-nossa-senhora-do-rosario-dos-homens-pretos/. Acesso em: 25 set.2021.

DONNINI, Débora. O Papa: o rito zairense “caminho promissor para um rito amazônico”. IHU - Instituto Humanitas Unisinos. Vatican News. Publicado em: 1 dez.2020. Disponível em: http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/605184-o-papa-o-rito-zairense-caminho-promissor-para-um-rito-amazonico. Acesso em: 20 set. 2020.

ELIADE, Mircea. Imagens e Símbolos. Lisboa - Portugal: Arcadia, 1979.

HILLMAN, James. Cidade e Alma. São Paulo: Studio Nobel, 1993.

JESUS, Edson Penha de. Penha: de bairro rural a bairro paulistano. São Paulo: Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, 2006.

JUNG, Carl. Gustav. Os arquétipos e o inconsciente coletivo. Rio de Janeiro: Vozes, 2000.

LINGUITTE, Hedemir. Santuário de Nossa Senhora da Penha. São Paulo, 1989.

MONTEIRO, John Manuel. Negros da terra. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.

MORIN, Edgar. Para navegar no século XXI: Da necessidade de um pensamento complexo. MARTINS, Francisco Menezes; Martins, SILVA, Juremir Machado da Silva. (Orgs.). Porto Alegre: PUCRS, 1999.

OLIVEIRA, Simone Almeida de. Penha de França: Onde o Rosário nos une. São Paulo: CELAC USP, 2014.

PAIVA, R.; GABBAY, M. In: CITELLI, Adilson; BERGER, Christa; BACCEGA, Maria Aparecida; LOPES, Maria Immacolata Vassallo de; FRANÇA, Vera Veiga. (Orgs.). Dicionário de comunicação: Escolas, Teorias e Autores. São Paulo: Contexto, 2014.

PERUZZO, Cicilia. M. Krohling. Comunicação Comunitária. Enciclopédia INTERCOM de Comunicação. São Paulo: Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, v.1, 2010.

PERUZZO, Cicilia. M. Krohling. Comunicação nos movimentos populares: A participação na construção da cidadania. 3.ed. Petrópolis: Vozes, 2004.

PERUZZO, Cicilia. M. Krohling. Observação participante e pesquisa-ação. In: DUARTE, Jorge.; BARROS, Antonio (Orgs.). Métodos e técnicas de pesquisa em comunicação. 2. ed. 5. reimpr. São Paulo: Atlas, 2011.

QUINTÃO, Antonia Aparecida. Irmandades Negras: outro espaço de Luta e resistência (São Paulo: 1870- 1890). São Paulo: Annablume e FAPESP, 2002.

PROSS, Harry; E BETH, H. Introduction a la Ciencia de la Comunicacion. Barcelona: Anthropos, 1987.

PROSS, Harry. Estructura simbólica del poder. Barcelona: GG Mass Media, 1980.

ROLNIK, Raquel. São Paulo. São Paulo: Publifolha, 2002.

SANTOS, Carlos José Ferreira dos. Nem tudo era italiano: São Paulo e Pobreza 1890-1915. São Paulo: Annablume, 2003.

SANTOS, Maria da Conceição dos. Festa de preto na São Paulo antiga. São Paulo: PUC SP, 2006.

SCHWARCZ, Lilia Moritz. Retrato em branco e negro. São Paulo: Companhia das Letras, 1987.

SOUZA, Marina de Mello. Reis do Congo no Brasil, Séculos XVIII e XIX. São Paulo: USP. Revista de História. 2005. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/18998/21061. Acesso em: 18 ago.2021.

TOLEDO, Roberto Pompeu de. A capital da solidão. São Paulo: Ponto de Leitura, 2003.

VAIFAS, Ronaldo. A heresia dos índios: Catolicismo e rebeldia no Brasil Colonial. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

Publicado

2022-12-29