AUTO-ORGANIZAÇÃO LOCAL E TERCEIRO SETOR:

ENTRE O ENFOQUE FILANTRÓPICO E O ASSOCIATIVO

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Resumo

As organizações da sociedade civil passaram a ser consideradas como um “setor” apenas na década de 1970, nos Estados Unidos. Amitai Etzioni utilizou de forma pioneira a expressão terceiro setor (third sector), que passou a ser comum na literatura acadêmica e política. Todavia, gradualmente ganhou força nos Estados Unidos o conceito de setor não-lucrativo (non-profit sector), difundido internacionalmente com base nos estudos conduzidos por Lester Salomon, que transferiu premissas do caso norte-americano para os estudos internacionais.  Por isso, ainda predomina nos estudos brasileiros a noção de que o terceiro setor é um subsetor do setor privado. Por outro lado, correntes teóricas como o comunitarismo liberal, as teorias da cooperação, dos bens comuns, do capital social, da economia social europeia e da economia solidária latino-americana destacam a primazia da cooperação na resolução de problemas coletivos e fundamentam o enfoque associativo do terceiro setor, vinculando-o à comunidade e não ao mercado. O problema de pesquisa é: que diferenças há entre os enfoques filantrópico e associativo do terceiro setor e quais evidências indicam ser mais apropriado o enfoque associativo para os estudos sobre organizações da sociedade civil e auto-organização local? Conclui-se pela pertinência da noção de terceiro setor como conjunto das organizações criadas e mantidas pela sociedade civil, vinculadas à comunidade e não ao mercado. A técnica de pesquisa é bibliográfica.

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Biografia do Autor

João Pedro Schmidt, Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC

Doutor em ciência política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com pós-doutorado na The George Washington University (EUA). Professor titular da Universidade de Santa Cruz do Sul, RS. Docente e pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Direito. 

Publicado

2024-03-30

Edição

Seção

Artigos