Práticas sociais e processos educativos sobre microbiologia com manicures de um município do sul da Bahia
algumas reflexões
DOI:
https://doi.org/10.22409/resa2020.v13i3.a40161Resumo
A maioria das pesquisas em práticas sociais tem como foco trabalhos historicamente desvalorizados e/ou alvos de preconceitos, como é o caso do ofício de manicures e pedicures. Esta desvalorização também se perpetua na literatura científica, pois estudos sobre estas profissionais na perspectiva das práticas sociais e processos educativos são incipientes, o que aponta a desqualificação desses saberes na academia. Partindo deste princípio, o presente artigo tem como objetivo compreender como manicures e pedicures que atuam em salões de beleza de um município do Sul da Bahia aprendem e ensinam sobre os aspectos da Microbiologia e os riscos que são inerentes ao exercício de sua profissão. A obtenção dos dados ocorreu por meio de entrevistas semiestruturadas com dez manicures e pedicures de seis salões de Beleza localizados em uma das principais avenidas da cidade. Os dados foram analisados com base na Análise Textual Discursiva e organizados em duas categorias: a) fontes de conhecimentos das manicures em relação à sua profissão e; b) processos não sistematizados de ensino e aprendizagem. Destacamos que as profissionais aprenderam os conhecimentos microbiológicos por meio da prática, do aprender fazendo e manifestaram conhecer e ensinar para suas clientes sobre fontes de contaminação, causas e profilaxia de doenças, mesmo que de forma não sistematizada. Nesta pespectiva, consideramos importante a articulação e valorização dos saberes oriundos da comunidade nas instituições escolares como forma de romper com preconceitos e desigualdades.
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