A ação antropocêntrica relacionada a animais domesticados, em cativeiro e de vida selvagem de acordo com estudantes do ensino médio
DOI:
https://doi.org/10.22409/resa2021.v14i3.a41065Palavras-chave:
CTS, ensino de biologia, antropocentrismo, empatia animalResumo
Atualmente, é generalizada a presença de animais de estimação em casas e apartamentos, animais que muitas vezes são retratados como parte da família. Há também pessoas de diferentes idades que já visitaram um zoológico. No entanto, não há conjecturas quanto aos reais motivos para esses animais serem privados de liberdade, independentemente do ambiente em que se encontrem. Por meio da temática social das condições de vida dos animais, foi proposta uma investigação com alunos de uma turma de 2º ano do ensino médio sobre animais em cativeiro, vida selvagem e situação doméstica. A investigação foi realizada na abordagem Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) dentro do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), subprojeto Biologia. Por meio de perguntas instigantes e uma charge crítica, os alunos foram recomendados a descrever suas convicções. As respostas descritas pelos alunos foram ponderadas pela Análise de Conteúdo, estabelecendo categorias e agrupando as respostas quando semelhantes e com ideais semelhantes. Foram observadas compreensões expressivas de caráter antropocêntrico, em que os animais são percebidos como uma forma de suprir as necessidades humanas. Houve também situações de empatia com animais em espaços restritos. Assim, percebe-se que há muito a ser repensado sobre a relação entre o ser humano e os outros animais, independentemente de suas condições de vida, buscando desconstruir as convicções antropocêntricas da sociedade.
Downloads
Referências
ALMEIDA, Laerte Pereira de; BRAGA, Paula Fernanda de Sousa; ALMEIDA, Maria. Aspectos psicológicos na interação homem-animal de estimação. In: ENCONTRO INTERNO, 9., & SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 13., 2010, Uberlândia. Anais... Uberlândia: UFU, 2010. p. 1-6.
AULER, Décio; BAZZO, Walter Antônio. Reflexões para a implementação do movimento CTS no contexto educacional Brasileiro. Ciência & Educação, v. 7, n. 1, p. 1-3, 2001. https://doi.org/10.1590/S1516-73132001000100001
AULER, Décio; DELIZOICOV, Demétrio. Alfabetização científico-tecnológica para quê? Ensaio, v. 3, n. 1, p. 105-15, 2001. Disponível em: https://www.scielo.br/j/epec/a/XvnmrWLgL4qqN9SzHjNq7Db/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 20 jan. 2022.
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2000.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base, Ensino Médio. Brasília: [s.n.], 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/historico/BNCC_EnsinoMedio_embaixa_site_110518.pdf. Acesso em 20 jan. 2022.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: ciências naturais. Brasília: MEC / SEF, 1998. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/ciencias.pdf. Acesso em: 21 jan. 2022.
BROOM, Dondal; MOLENTO, Carla. Bem-estar animal: conceito e questões relacionadas – revisão. Archives of Veterinary Science, v. 9, n. 2, p. 1-11, 2004. http://dx.doi.org/10.5380/avs.v9i2.4057
CARVALHO, Isabel Cristina de Moura. Educação Ambiental Crítica: nomes e endereçamentos da educação. In: LAYRARGUES, Philippe Pomier (Coord.). Identidades da educação ambiental brasileira. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2004. p. 13-24.
CATIVEIRO. Dicionário Online Priberam de Português. Disponível em: https://dicionario.priberam.org/Cativeiro. Acesso em: 20 fev. 2018.
CHALFUN, Mery. Animais, manifestações culturais e entretenimento, lazer ou sofrimento. In: CONGRESSO MUNDIAL DE BIOÉTICA E DIREITO ANIMAL, 1., 2008, Salvador. Anais... Salvador: UFBA, 2008. p.1-14.
CORTEZ, Renata Harumi. Emoção e empatia: os limites do humano e do não humano na relação entre os homens e os animais de estimação. In: REUNIÃO EQUATORIAL DE ANTROPOLOGIA, 5., 2015, Maceió. Anais... Maceió: ICS/UFAL, 2015. p. 1-14.
DAITX, Vanessa Vitcoski. O ensino de ciências e a visão antropocêntrica. 2010. Monografia (Licenciatura em Ciências Biológicas)_Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2010. Disponível em: https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/35277/000781919.pdf?...1. Acesso em: 19 fev. 2018.
DESCOLA, Philippe. Genealogia de objetos e antropologia da objetivação. Horizontes Antropológicos, v. 8, n. 18, p. 93-112, 2002. https://doi.org/10.1590/S0104-71832002000200004
EMAUZ, Ana et al. Adaptação da Escala de Empatia com Animais (EEA) para a população portuguesa. Análise Psicológica, v. 34, n. 2, p. 189-201, 2016. https://doi.org/10.14417/ap.1049
FELIPE, Sônia. T. Antropocentrismo, sencientismo e biocentrismo: Perspectivas éticas abolicionistas, bem-estaristas e conservadoras e o estatuto de animais não-humanos. Páginas de Filosofia, v. 1, n. 1, p. 2-30, 2009. https://doi.org/10.15603/2175-7747/pf.v1n1p2-30
FERNANDES, Isabel Marília Borges; PIRES, Delmina Maria; DELGADO-IGLESIAS, Jaime. Perspetiva Ciência, Tecnologia, Sociedade, Ambiente (CTSA) nos manuais escolares portugueses de Ciências Naturais do 6º ano de escolaridade. Ciência e Educação, v. 24, n. 4, p. 875-890, 2018. https://doi.org/10.1590/1516-731320180040005
FLICK, Uwe. Introdução à Pesquisa Qualitativa. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.
GRÜN, Mauro. Ética e Educação Ambiental: a conexão necessária. Campinas: Papirus, 2007.
GUIMARÃES, Mauro. Educação Ambiental Crítica. In: LAYRARGUES, Philippe Pomier. (Coord.). Identidades da educação ambiental brasileira. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2004. p. 25-34. Disponível em: http://www.bibliotecaflorestal.ufv.br/handle/123456789/3507. Acesso em: 20 fev. 2018.
INGOLD, Tim. “Humanidade e animalidade”. Revista Brasileira de Ciências Sociais. v. 10, n. 28, p. 39-53, jun. 1995. Disponível em: http://www.anpocs.com/images/stories/RBCS/28/rbcs28_05.pdf. Acesso em: 20 jan. 2022.
INVERNIZZI, Noela.; FRAGA, Lais. Estado da Arte na Educação em Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente no Brasil. Ciência & Ensino. v. 1, n. esp., p. 1-3, 2007.
LEVAI, Laerte Fernando. Crueldade consentida – Crítica à razão antropocêntrica. Revista Brasileira de Direito Animal. v.1, n.1 p.171-190, 2006. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/RBDA/article/view/10246. Acesso em: 21 jan. 2022.
LOUREIRO, Carlos Frederico Bernardo. Educação Ambiental Transformadora. In: LAYRARGUES, Philippe Pomier. (Coord.). Identidades da educação ambiental brasileira. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2004. p. 65-84. Disponível em: http://www.bibliotecaflorestal.ufv.br/handle/123456789/3507. Acesso em: 20 fev. 2018.
MACHADO, Juliane de Abreu Campos et al. Terapia assistida por animais (TAA). Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, ano 6, n. 10, p. 1-7, 2008. Disponível em: http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/yBDakPBzygjagIw_2013-5-28-12-0-12.pdf. Acesso em: 21 fev. 2018.
MAIZTEGUI, Alberto et al. Papel de la tecnología en la educación científica: una dimensión olvidada. Revista Iberoamericana de Educación, Madrid, v. 28, p.129-155, 2002. https://doi.org/10.35362/rie280962
OLIVEIRA, Juliana Moreira Prudente de; SCHNEIDER, Eduarda Maria; MEGLHIORATTI, Fernanda Aparecida. O subprojeto PIBID/Biologia-Unioeste: vivências no contexto Ciência-Tecnologia-Sociedade. In: OLIVEIRA, Juliana Moreira Prudente de; MEGLHIORATTI, Fernanda Aparecida; SCHNEIDER, Eduarda Maria (Org). Ensino de Ciências e Biologia no contexto do PIBID: propostas didáticas na abordagem Ciência-Tecnologia-Sociedade, Curitiba, CRV, 2015. p. 13-24.
OLIVEIRA, Mariana Zanotti Tavares de; GARCIA, Junia Freguglia Machado. O conhecimento de estudantes do ensino médio de uma escola pública do município de Santa Teresa, ES, Brasil sobre biodiversidade. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM ENSINO DE CIÊNCIAS, 8., 2011, Campinas. Atas... Campinas: ABRAPEC, 2011. p. 1-12. Disponível em: http://abrapecnet.org.br/atas_enpec/viiienpec/resumos/R0501-1.pdf. Acesso em: 22 jan. 2022.
PARANÁ (Estado). Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Diretrizes curriculares da educação básica: ciências. Curitiba: Secretaria de Estado da Educação do Paraná, 2008. Disponível em: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/diretrizes/dce_cien.pdf. Acesso em: 21 jan. 2022.
MARTÍNEZ PÉREZ, Leonardo Fabio. Ensino de ciências com enfoque ciência, tecnologia, sociedade e ambiente (CTSA) a partir de questões sociocientíficas (QSC). In: ______. Questões sociocientíficas na prática docente: ideologia, autonomia e formação de professores. São Paulo: UNESP, 2012. p. 55-61. https://doi.org/10.7476/9788539303540
PIZZUTTO, Cristiane Schilbach et al. Bem-estar no cativeiro: um desafio a ser vencido. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia, v. 11, n. 2, p. 6-17, jul. 2013. https://doi.org/10.36440/recmvz.v11i2.16218
REDE NACIONAL DE COMBATE AO TRÁFICO DE ANIMAIS SILVESTRES. 1º Relatório Nacional sobre o Tráfico de Fauna Silvestre. 2001. Disponível em: http://www.renctas.org.br/trafico-de-animais/. Acesso em: 31 mai. 2017.
ROSSI, Alexandre. Adestramento Inteligente: com amor, humor e bom-senso. 9. ed. São Paulo: CMS, 2002.
SANTOS, Danilo Sanches; RAMÍREZ-GÁLVEZ, Martha. Entre humanos e animais: relações familiares na sociedade contemporânea. In: REUNIÃO BRASILEIRA DE ANTROPOLOGIA, 28., 2012, São Paulo. Anais... São Paulo: ABA, 2012. p. 1-20.
SANTOS, Wildson Luiz Pereira dos; MORTIMER, Eduardo Fleury. Uma análise de pressupostos teóricos da abordagem C-T-S (Ciência-Tecnologia-Sociedade) no contexto da educação brasileira. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências (Belo Horizonte), v. 2, n. 2, p. 110-132, dez. 2000. https://doi.org/10.1590/1983-21172000020202
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Ensino, Saude e Ambiente

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os autores que publicam nesta Revista concordam com os seguintes termos:
1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito da primeira publicação.
2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicado nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e da publicação inicial nesta revista.