Saneamento básico e qualidade de vida como tema gerador de uma proposta de inserção da Educação Ambiental Crítica no ensino da Matemática na Educação de Jovens e Adultos (EJA)

Cíntia Cristiane de Andrade; Ana Tiyomi Obara

doi:10.22409/resa2024.v17.a54026

Autores

Cíntia Cristiane de Andrade Universidade Estadual de Maringá, Maringá, Paraná, Brasil https://orcid.org/0000-0001-8752-3098
Ana Tiyomi Obara Universidade Estadual de Maringá, Maringá, Paraná, Brasil https://orcid.org/0000-0002-2149-6477

DOI:

https://doi.org/10.22409/resa2024.v17.a54026

Palavras-chave:

educação matemática, questões socioambientais, ensino de matemática na EJA.

Resumo

A presente pesquisa teve como objetivo compreender como a proposição de estratégias didáticas em Educação Ambiental (EA), tendo como base metodológica os temas geradores, proposta por Paulo Freire, no ensino da Matemática na Educação de Jovens e Adultos (EJA), pode contribuir para uma formação crítica e potencialmente transformadora. Para tal propósito, desenvolvemos uma pesquisa qualitativa, caracterizada como estudo de caso, com alunos de Matemática - Ensino Fundamental na EJA. A Sequência Didática (SD) foi pautada no tema gerador “Saneamento Básico e Qualidade de Vida”, em que abordamos os conhecimentos matemáticos inseridos em atividades contextualizadas no cotidiano dos alunos, sob um viés crítico. Mediante análise da implementação da SD em questão, constatamos uma dependência dos alunos mais jovens em relação a tecnologia e uma influência dos conhecimentos dos colegas com maior experiência de vida. Além disso, ficou evidente que os alunos interagiram, defenderam seu ponto de vista e são conscientes sobre sua responsabilidade individual em relação ao saneamento básico. Observamos também, uma imensa dificuldade dos alunos com operações matemáticas envolvendo decimais e interpretação textual, bem como com aa realização de cálculos com ou sem calculadora. Portanto, concluímos o quanto é relevante para os alunos da EJA que mais intervenções com esse enfoque sejam efetuadas na educação Matemática, pois ao associar aspectos socioambientais, o processo de ensino e aprendizagem em matemática torna-se muito mais significativo, podendo inclusive promover transformações no modo de os alunos ver e intervir na realidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Cíntia Cristiane de Andrade, Universidade Estadual de Maringá, Maringá, Paraná, Brasil

Cíntia Cristiane de Andrade (andrade-cintia@hotmail.com), Doutora em Educação para a Ciência e a Matemática (UEM - Universidade Estadual de Maringá). Mestre em Ensino pelo Programa de Pós-Graduação em Ensino: Formação Docente Interdisciplinar da Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR - Campus de Paranavaí). Possui graduação em Ciências (Licenciatura Plena) pela Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR-Campus de Paranavaí) e Matemática (Licenciatura) pela Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR-Campus de Paranavaí), possui Especialização em Gestão Ambiental pela Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR-Campus de Paranavaí), Especialização em Educação do Campo pela Faculdade São Braz e Especialização em Educação-Métodos e Técnicas de Ensino pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR-Campus Medianeira, Polo Paranavaí). Coordenadora Geral da Revista Científica Monumenta. Docente PSS da Rede Estadual de Educação Básica (SEED/PR) e Docente Colaboradora do Colegiado de Matemática da Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR-Campus de Paranavaí).

Ana Tiyomi Obara, Universidade Estadual de Maringá, Maringá, Paraná, Brasil

Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Londrina - UEL (1987), Mestre em Ecologia e Recursos Naturais pela Universidade Federal de São Carlos - UFSCar (1992) e Doutora em Ciências pela UFSCar (1999). Foi docente colaboradora no Departamento de Tecnologia Ambiental na Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR (1999-2000). É Professora Associada do Departamento de Biologia da Universidade Estadual de Maringá - UEM, na área de Ensino, de 2000 até o presente. Desenvolve estudos e pesquisas nas áreas de Educação Ambiental e Ensino de Ciências, atuando, principalmente, com os seguintes temas: formação de professores, didática no ensino de Ciências e Biologia e Educação Ambiental em escolas, unidades de conservação e comunidades. Em 2003, criou o Grupo de Estudo, Pesquisa e Disseminação do Ensino de Ciências e Biologia e da Educação Ambiental - SEMINARE. Foi coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educação para a Ciência e a Matemática - PCM/UEM no biênio 2011-2013 e Pró-Reitora de Ensino na UEM na gestão 2014-2018. Pesquisadora Associada, desde dezembro de 2018, do Centre de recherche en éducation et formation relative à l'environnement et à l'écocitoyenneté da Universidade do Quebéc em Montreal - UQAM.

Referências

AMORIM, Amanda Costa; SOARES, Carlos Jardel Araújo. Educação Ambiental no contexto escolar: conscientização de estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) no ensino fundamental. Educação, Psicologia e Interfaces, v. 3, n. 2, p. 34-56, maio/ago. 2019. https://doi.org/10.37444/issn-2594-5343.v3i2.142

CARDOSO, Oldimar; PENIN, Sonia Teresinha de Sousa. A sala de aula como campo de pesquisa: aproximações e a utilização de equipamentos digitais. Educação e pesquisa, São Paulo, v. 35, n. 1, p. 113-128, jan./abr. 2009. https://doi.org/10.1590/S1517-97022009000100008

CARVALHO, Isabel Cristina de Moura. Educação ambiental: a formação do sujeito ecológico. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2012.

DOENÇAS causadas pela falta de saneamento básico. Por Wagno Albino. [S.l.: s.n.], 2016. 1 vídeo (3 min). Disponível em: https://youtu.be/5keWkc1dXdA?si=EHSln7TtHALWqRwM. Acesso em: 20 out. 2023.

FRANCO, Maria Cristina Muñoz. Plano de aula: saneamento básico e qualidade de vida. 2018. Disponível em: https://novaescola.org.br/plano-de-aula/2207/saneamento-basico-e-qualidade-de-vida#materiais-e-atividades. Acesso em: 18 jul. 2019.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 77. ed. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 2021.

GOMES, Adriana Aparecida Molina. Aprender matemática na educação de jovens e adultos: a arte de sentir e dos sentidos. 2012. 370 f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2012. https://hdl.handle.net/20.500.12733/1618578

KIYA, Marcia Cristina da Silveira; DIONÍZIO, Fátima Aparecida Queiroz. O uso de jogos e de atividades lúdicas como recurso pedagógico facilitador da aprendizagem. Cadernos PDE, v. 2, p. 1-45, 2014. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2014/2014_uepg_ped_pdp_marcia_cristina_da_silveira_kiya.pdf. Acesso em: 20 out. 2023.

LEITE, José Ismael Farias. O uso da calculadora no ensino de matemática para alunos da educação de jovens e adultos (EJA) no município de Boa Vista – PB. 2014. 50 f. Monografia (Graduação em Matemática) – Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2014. http://dspace.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/123456789/7226

LONGO, Vera Carolina Cambréa. Vamos jogar? jogos como recursos didáticos no ensino de ciências e biologia. Textos FCC, v. 35, p. 130-159, 2012. Disponível em: http://publicacoes.fcc.org.br/index.php/textosfcc/article/view/5561. Acesso em: 20 out. 2023.

LOUREIRO, Carlos Frederico Bernardo. Educação ambiental crítica: contribuições e desafios. In: MELLO, Soraia Silva de.; TRAJBER, Rachel (Coord.). Vamos cuidar do Brasil: conceitos e práticas em Educação Ambiental na escola. Brasília: MEC/MMA, 2007. p. 65-71. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/publicacao3.pdf. Acesso em: 20 out. 2023.

LÜDKE, Menga; ANDRÉ, Marli Eliza Dalmazo Afonso de. Pesquisas em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.

MATOS, João Filipe. Matemática, educação e desenvolvimento social: questionando mitos que sustentam opções actuais em desenvolvimento curricular em matemática. jan. 2005. Disponível em: https://bit.ly/4ffa5DL. Acesso em: 20 out. 2023.

PARANHOS, Rones de Deus; SHUVARTZ, Marilda. A relação entre Educação Ambiental e a Educação de Jovens e Adultos sob a perspectiva da trajetória dos educadores. Revista Contexto & Educação, v. 28, n. 91, p. 84-105, 2013. http://repositorio.bc.ufg.br/handle/ri/17098

PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar de. Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2. ed. Novo Hamburgo: Feevale, 2013.

REIGOTA, Marcos. O que é Educação Ambiental. São Paulo: Brasiliense, 2014.

SANEAMENTO básico. O que é? [S.l.: s.n.], 2018. 1 vídeo (5 min). Publicado pelo canal Geographacil Malafaia. Disponível em: https://youtu.be/1ilYoKWh8dk?si=xZYQVVqwdgiommx9. Acesso em: 20 out. 2023.

SATO, Michele. Educação Ambiental. São Carlos: RiMa, 2004.

SILVA, Aparecida Regina da; NAGASHIMA, Lucila Akiko. Desenvolvimento de jogos didáticos como ferramenta pedagógica: um olhar para o ensino de Ciências. Cadernos PDE, v. 1, p. 1-25, 2014. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2014/2014_unespar-paranavai_cien_pdp_aparecida_regina_da_silva.pdf. Acesso em: 20 out. 2023.

SILVA, Timóteo Monteiro da; SILVA, Remilton Monteiro da; LEITE, Fabiana Calçada de Lamare. Educação Ambiental na EJA: aprendizagem com atividades em campo e mídias sociais. 2019. 20 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Tecnologias para Educação Profissional) – Instituto Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2019. Disponível em: https://bit.ly/4ec8ihq. Acesso em: 20 out. 2023.

SILVA, Isabella Rodrigues Souza et al. EJA: Problemas do afastamento escolar. In: SEMANA DA LICENCIATURA EM MATEMÁTICA, 27.; ENCONTRO DE FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA E TECNOLOGIAS DIGITAIS - SELMAT. 2., 2015, Bauru. Anais [...]. Bauru, SP: UNESP, 2015. p. 18-19. Disponível em: https://bit.ly/48GbCjw. Acesso em: 20 out. 2023.

SOUZA, Mazonilde Dalvina Costa de; REHFELDT, Márcia Jussara Hepp.; GIONGO, Ieda Maria. A Aprendizagem da Geometria por Meio de Obras Cubistas no 5º Ano da Educação de Jovens e Adultos – EJA. Revista Contexto & Educação, v.31, n. 99, p. 201-230, maio/ago. 2016. https://doi.org/10.21527/2179-1309.2016.99.201-230

TORRES, Juliana Rezende; FERRARI, Nadir; MAESTRELLI, Sylvia Regina Pedrosa. Educação ambiental crítico transformadora no contexto escolar: teoria e prática freireana. In: LOUREIRO, Carlos Frederico Bernardo; TORRES, Juliana Rezende (Org.). Educação Ambiental: dialogando com Paulo Freire. São Paulo: Cortez, 2014. p. 13-80.

TOZONI-REIS, Marília Freitas de Campos. Temas ambientais como “temas geradores”: contribuições para uma metodologia educativa ambiental crítica, transformadora e emancipatória. Educar em Revista, Curitiba, v. 22, n. 27, p. 93-110, 2006. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/educar/article/view/6467. Acesso em: 20 out. 2023.

VARGAS, Sonia Maria de; FANTINATO, Maria Cecilia de Castello Branco. Formação de professores da educação de jovens e adultos: diversidade, diálogo, autonomia. Revista diálogo educacional, v. 11, n. 34, p. 915-931, set.-dez. 2011. https://doi.org/10.7213/rde.v11i34.4519

ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Tradução de Ernani F. da Fonseca Rosa. Porto Alegre: Artmed, 2010.