Saúde, cultura e raízes ancestrais: fitoterapia indígena como prática de cuidado histórico pela biografia das plantas
DOI:
https://doi.org/10.22409/resa2024.v17.a59437Palavras-chave:
fitoterapia indígena, raízes ancestrais, etnomedicina, cultura da terraResumo
Este texto traz o diálogo entre uma Pajé, da etnia Potiguara, e uma antropóloga sobre saúde e cultura ancestral a partir da fitoterapia indígena. Trata-se de um relato de experiência do curso feito com a Pajé Amanacy, no município da Baía da Traição, na Paraíba, junto a um relato biográfico da Pajé, cuja história com a pajelança e as plantas de cura são rememoradas e trazidas para o presente. O diálogo entre as experiências das duas autoras traça um caminho em que a biografia das plantas rege as aberturas do encontro médico entre a biomedicina e a etnomedicina, nas políticas públicas de saúde oficiais e como a fitoterapia tem sido implantada no Sistema Único de Saúde (SUS). Ao acompanhar a história dos Potiguara, na Baía da Traição; a transformação de uma indígena em Pajé, curandeira e professora; a experiência de uma antropóloga com a cultura da terra, refletimos sobre o retrato biográfico que as plantas nos apresentam e de que modo a etnomedicina mobiliza raízes ancestrais para o centro das políticas de saúde.
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