Psicologia e interseccionalidade como teoria social crítica: início de conversa
DOI:
https://doi.org/10.22409/resa2024.v17.a60733Palavras-chave:
psicologia, interseccionalidade, academia, opressãoResumo
Qual a participação da clínica psicológica na mudança social? Em outras palavras, qual tem sido a contribuição da psicologia clínica na transformação das condições de vida marcadas pela desigualdade, pelo preconceito e pela violência? A clínica, ao lado do uso do psicotrópico e da violência de Estado tem atuado como dispositivo de controle e minimização das insatisfações, conflitos e traumas produzidos pelas descondições de vida da maioria da população? Tem preservado lugares de fala e escuta privilegiados enquanto mantém à distância o intolerável? Tem amortizado violências intrafamiliares, machistas, misóginas, racistas, capacitistas, sexistas? Tem atuado como braço da gestão da vida que busca contenção de forças, vozes, revolta em lugar da denúncia, da validação e da reparação? Este artigo pretende apresentar um esboço de discussão sobre essas questões, chamar a atenção para as mesmas, mas também incitar a quem forma e atua em psicologia a iniciar alguma ação. Nesse intuito, pretende trazer a referência à interseccionalidade como teoria social crítica tal como proposta por Patricia Hill Collins em seu aspecto de resistência intelectual e ação social, como caminho outro de formação e prática em psicologia.
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