A Branquitude e a Cisgeneridade problematizadas na formação de professoras(es) de Ciências e Biologia: Uma proposta decolonial no estágio supervisionado
DOI:
https://doi.org/10.22409/resa2020.v0i0.a43025Resumen
As ações afirmativas propostas no vestibular nas universidades brasileiras e a luta dos movimentos sociais têm acarretado a abertura de muitas discussões até então negligenciadas na formação de professoras(es). A abordagem de questões como a luta antirracista, os feminismos, o preconceito de classe, a luta das e dos trabalhadores, o capacitismo e as dissidências sexuais e de gênero, vem incursionando no ensino de ciências e biologia não só como assuntos novos a serem incluídos, mas também como questionadores dos valores da biologia e suas formas de serem ensinadas, aprendidas e avaliadas. Esses assuntos podem ser agrupados na decolonialidade como um movimento que problematiza as relações de poder, ser e saber constituídas na história e no presente colonial da América Latina. Movimento que anuncia novos caminhos para pensar a justiça social considerando os saberes, epistemologias, corpos e práticas das pessoas desprovidas da sua humanidade pelas relações violentas da colonialidade. Neste trabalho, temos por objetivo analisar as potencialidades de uma oficina realizada no estágio supervisionado do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da UFSC, para problematizar a branquitude e a cisgeneridade, a partir do debate sobre os possíveis diálogos entre ensino de biologia e discursos das dissidências sexuais e de gênero de territórios colonizados. Na oficina abordamos o tema “a história do conceito hormônio” e utilizamos como metodologia a escrita livre coletiva. Analisamos qualitativamente as narrativas tecidas coletivamente entre professoras(es) formadoras(es) e professoras(es) em formação, e os sentidos decoloniais sobre a branquitude e a cisgeneridade mobilizados nesta escrita. Evidenciamos que o diálogo com vozes construídas pelas relações coloniais como periféricas provocam insurgências, transgressões e sentidos de justiça no ensino de ciências e biologia, tensionando o imaginário de universalidade e o lugar de privilégio da branquitude e a cisgeneridade.Descargas
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