O trabalho do cartógrafo do ponto de vista da atividade

Autores

  • Maria Elizabeth Barros de Barros Universidade Federal do Espírito Santo
  • Fabio Hebert da Silva Universidade Federal Fluminense, Campos, RJ

Palavras-chave:

Metodologia de pesquisa, Método da Cartografia, Atividade, Clínicas do Trabalho

Resumo

Neste artigo são apresentadas diretrizes para pensar o trabalho do pesquisador cartógrafo do ponto de vista da atividade, a partir de contribuições das Clínicas do Trabalho. O desdobramento dessas diretrizes leva à proposição de um gênero pesquisador-cartógrafo. A partir de uma pesquisa com docentes em instituições de ensino superior privada na Grande Vitória, compartilha algumas reflexões sobre a complexidade das relações que constituem esse gênero pesquisador-cartógrafo. Nessa pista do método cartográfico considera-se que a atividade do cartógrafo é constituição de um gênero sempre em  vias de estilização, em meio a processos de aprendizagem e intervenções recíprocas. Esse gênero sempre toma como objeto uma atividade e tem como aposta metodológica a problematização da atividade do pesquisador, que convoca para o diálogo pesquisadores engajados num modo de fazer pesquisa que considera a experiência situada com suas irregularidades e imprevistos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Maria Elizabeth Barros de Barros, Universidade Federal do Espírito Santo

Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1975), mestrado em Psicologia Escolar pela Universidade Gama Filho (1980), doutorado em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1995) e pós doutorado em saúde pública pela ENSP/Fiocruz (2001). Atualmente é professora titular da Universidade Federal do Espírito Santo. Tem experiência na área de Psicologia, Educação e Saúde Coletiva com ênfase em Política Educacional, atuando principalmente nos seguintes temas: educação, escola, análise institucional, saúde coletiva, saúde do trabalhador, subjetividade e micropolítica.

Fabio Hebert da Silva, Universidade Federal Fluminense, Campos, RJ

Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal do Espírito Santo (2004); especialização em Transdisciplinaridade e Clínica (2005); mestrado em Psicologia pela Universidade Federal Fluminense (2008), doutorado em Educação pela Universidade Federal do Espírito Santo (2011). Docente da Universidade Federal Fluminense (Campos/RJ), Psicologia. Tem experiência na área de Psicologia e coordenação de processos de formação de trabalhadores da saúde, pelo Ministério da Saúde, com ênfase em análise institucional e saúde coletiva, atuando principalmente nos seguintes temas: processos de trabalho, psicologia institucional, políticas públicas, gestão em saúde, ética, formação, Educação.

Referências

AMADOR, F. Entre prisões da imagem, imagens da prisão: um dispositivo tecno-poético para uma clínica do trabalho. 2009. Tese (Doutorado em Informática na Educação)‑Programa de Pós-Graduação em Informática na Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2009.

ATHAYDE, M.; BRITTO, J. Ergologia e clínica do trabalho. In: BENDASSOLLI, P.; SOBOLL, L. A. (Org.). Clínicas do trabalho. São Paulo: Atlas, 2010. p. 258-281.

BAKHTIN, M. A estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

CANGUILHEM, G. O normal e o patológico. 5. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2000.

CLOT, Y. A função psicológica do trabalho. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006.

CLOT, Y. A psicologia do trabalho na França e a perspectiva da clínica da atividade. Palestra proferida na Universidade Federal Fluminense, no Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, 18 set. 2007.

CLOT, Y. Clínica da atividade e poder de agir. Belo Horizonte: Fabrefactum, 2010.

DELEUZE, G. Crítica e clínica. São Paulo: Editora 34, 1997.

DELEUZE, G. Conversações. São Paulo: Editora 34, 2000.

DELEUZE, G.; GUATTARI, F. O que é filosofia? Rio de Janeiro: Editora 34, 1997.

ESCÓSSIA, L. TEDESCO, S. O coletivo de forças como plano de experiência cartográfica. In: PASSOS, E.; KASTRUP, V. ESCÓSSIA, L. (Org.). Pistas do método da cartografia: pesquisa-intervenção e produção de subjetividade. Porto Alegre: Sulina. 2009. p. 109-130.

FOUCAULT, M. Sobre a genealogia da ética: uma revisão do trabalho. In: DREYFUS, H.; RABINOW, P. (Ed.). Michel Foucault, uma trajetória filosófica: para além do estruturalismo e da hermenêutica. Rio de janeiro, Forense Universitária, 1995. p. 253-278.

FOUCAULT. M. Nietzsche, a genealogia e a história. In: ______. Microfísica do poder. Rio de Janeiro, Graal, 1998. p.15-37.

FOUCAULT, M. A ordem do discurso. São Paulo: Loyola, 2004.

LHUILIER, D. Cliniques du travail. Toulouse: Érès, 2006.

LOUZADA, A. P.; BARROS, M. Afirmando a potência de cirandar: cartografia dos processos de produção de saúde na docência. In: RESENDE, S.; BARROS, M. E. B.; FERIGATO, S. (Org.). Conexões: saúde coletiva e políticas de subjetividade. São Paulo: Aderaldo & Rothschild, 2009. p. 394-412.

ODDONE, I. et al. Ambiente de trabalho: a luta dos trabalhadores pela saúde. São Paulo: Hucitec, 1986.

PASSOS, E.; BENEVIDES DE BARROS, R. A cartografia como método de pesquisa-intervenção. In: PASSOS, E.; KASTRUP, V. ESCÓSSIA, L. (Org.). Pistas do método da cartografia: pesquisa-intervenção e produção de subjetividade. Porto Alegre: Sulina. 2009. p. 17-31.

SCHWARTZ, Y. Travail et philosophie. Toulouse: Octarès. 1992.

SCHWARTZ, Y. Os ingredientes da competência: um exercício necessário para uma questão insolúvel. Educação & Sociedade, Campinas, ano XIX, n. 65, p. 101-139, 1998.

SCHWARTZ, Y. Le paradigme ergologique ou un métier de philosophe. Toulouse: Octarés, 2000.

WISNER, A. A inteligência no trabalho. São Paulo: Fundacentro, 1999.

ZOURABICHVILI, F. O vocabulário de Deleuze. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 2004.

Downloads

Publicado

2013-08-29

Como Citar

BARROS, M. E. B. DE; SILVA, F. H. DA. O trabalho do cartógrafo do ponto de vista da atividade. Fractal: Revista de Psicologia, v. 25, n. 2, p. 339-356, 29 ago. 2013.

Edição

Seção

Dossiê Cartografia

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)